Um estudo da Universidade de Michigan trouxe conclusões que podem surpreender até os mais atentos à alimentação. Certos produtos do dia a dia, muitos deles considerados banais, têm impacto direto na esperança de vida. Os investigadores calcularam, ao minuto, o tempo que se pode perder com alguns hábitos alimentares.
De acordo com o jornal espanhol AS, entre os exemplos mais mediáticos está o cachorro-quente, um ícone da comida fast food que, segundo os dados, pode retirar até 36 minutos de vida por unidade consumida. Outros alimentos, como hambúrgueres com queijo, também aparecem na lista negra, com menos 9 minutos atribuídos a cada ingestão.
As carnes processadas não escapam às críticas. O estudo indica que fiambre ou presunto cozido retiram cerca de 24 minutos de vida por dose. E, claro, pratos rápidos como pizza ou macarrão com queijo aparecem igualmente associados a perdas significativas na longevidade.
O papel das bebidas artificiais
As conclusões não se ficaram pela comida sólida. As bebidas não açucaradas, onde o sabor doce é obtido através do aspartame, foram apontadas como potencialmente prejudiciais. Neste caso, cada consumo pode significar menos 12 minutos de vida, de acordo com os investigadores.
O aspartame é um adoçante artificial criado em 1965, conhecido por ser quase 200 vezes mais doce do que o açúcar. É utilizado em pequenas quantidades para dar sabor a refrigerantes e outros produtos. Apesar da sua popularidade, levanta preocupações crescentes quanto à saúde.
Robert WB Love, neurocientista citado no estudo, recorda que este composto “não é bom para as bactérias intestinais e está associado a muitos efeitos secundários negativos, incluindo casos de cancro em animais”. Estudos adicionais têm apontado ainda uma ligação ao aumento do risco de diabetes tipo 2.
Ansiedade e outros efeitos inesperados
Para além do impacto físico, os investigadores observaram também uma associação entre bebidas adoçadas artificialmente e o aumento de episódios de ansiedade. O que para muitos era visto como uma alternativa mais saudável ao açúcar, afinal poderá trazer outras consequências indesejadas.
A lista de preocupações não termina aqui. Produtos ultraprocessados tendem a interferir com os mecanismos naturais de saciedade, levando ao consumo excessivo de calorias. Esta alteração no equilíbrio entre ingestão e gasto energético tem sido apontada como uma das principais causas do crescimento da obesidade.
Nos últimos 40 anos, os casos de excesso de peso multiplicaram-se a nível global. Para os especialistas, os ultraprocessados, carregados de açúcares simples, sal e aditivos, estão no centro desta realidade.
Nem tudo são más notícias
O mesmo estudo destaca, no entanto, que há alimentos capazes de prolongar a vida. Alguns tipos de peixe, por exemplo, podem acrescentar até 10 minutos à esperança de vida por porção.
Outro dado relevante é o contributo das frutas e legumes. Substituir apenas 10% das calorias diárias provenientes de carnes processadas por vegetais e fruta fresca pode traduzir-se em mais 48 minutos de vida.
Estas descobertas sublinham que pequenas alterações na alimentação podem ter impacto real na saúde e longevidade. Mais peixe, mais vegetais e menos processados parecem ser a chave para equilibrar a balança.
O estudo sugere ainda que escolhas conscientes no quotidiano, feitas de forma gradual, podem acumular benefícios ao longo dos anos. Uma refeição saudável de cada vez pode transformar-se em ganhos de vida significativos.
Embora o cálculo em minutos desperte curiosidade, de acordo com o AS, a mensagem principal é clara: as opções alimentares moldam não apenas a qualidade, mas também a duração da vida.
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