O MB WAY tornou-se uma ferramenta indispensável para milhões de portugueses, facilitando pagamentos instantâneos, transferências e até a criação de cartões virtuais para compras seguras. Este serviço, que funciona através de uma aplicação móvel, permite realizar operações bancárias sem necessidade de um cartão físico, sendo amplamente utilizado para compras online e em lojas físicas. Mas e se fosse criado um ‘MB Way’ como forma de pagamento que funcionasse para toda a Europa? Parece que já esteve mais longe de acontecer.
A possibilidade de uma parceria a nível europeu
Atualmente, mais de seis milhões de utilizadores em Portugal recorrem ao MB WAY pela sua conveniência e rapidez. No entanto, a SIBS, entidade responsável pelo sistema, poderá estar envolvida numa parceria que visa a criação de um serviço semelhante a nível europeu. Esta iniciativa permitiria que qualquer pagamento instantâneo fosse realizado entre diferentes países da Europa, tal como acontece dentro de Portugal.
Segundo informações recentes, a Bizum (Espanha), a Bancomat Pay (Itália) e a SIBS (Portugal) estão a negociar a ligação das suas plataformas com a Wero, um sistema de pagamentos instantâneos que já opera em países como França, Alemanha e Bélgica. Se este projeto avançar, poderá dar origem a um grande sistema europeu de pagamentos, tornando-se uma alternativa às soluções oferecidas pelas gigantes Visa e Mastercard.
A ideia de um sistema de pagamentos unificado para a Europa não é nova. Em 2020, foi lançada a Iniciativa Europeia de Pagamentos (EPI), apoiada pelo Banco Central Europeu (BCE), com o objetivo de criar um método de pagamento comum para os consumidores da Europa. Este sistema incluiria um cartão de pagamento, uma carteira digital e permitiria efetuar pagamentos em lojas, online e entre pessoas, além de levantamentos em dinheiro.
Um verdadeiro desafio
No entanto, a implementação deste projeto revelou-se um grande desafio, refere o Pplware. O desenvolvimento de uma nova plataforma exigiria um investimento de milhares de milhões de euros e um longo período de adaptação, levando os bancos de Portugal, Espanha e Itália a afastarem-se da iniciativa.
Face a estas dificuldades, os três países decidiram avançar com uma alternativa mais prática: interligar os seus próprios sistemas de pagamento. Assim, em 2023, a Bizum, a Bancomat Pay e a SIBS iniciaram um projeto conjunto, permitindo que os utilizadores fizessem transferências internacionais com a mesma facilidade das operações dentro dos seus países.
O objetivo de criar uma solução a nível europeu
Entretanto, surgiu o Wero, um serviço baseado na estrutura inicial da EPI, mas desenvolvido por bancos da Alemanha, França e Bélgica. O objetivo do Wero é idêntico: criar uma solução europeia para pagamentos digitais, promovendo transações rápidas e seguras em toda a União Europeia.
Atualmente, as duas iniciativas – a das empresas do sul da Europa e a do Wero – estão a explorar formas de interligar as suas infraestruturas. Em vez de construir um novo sistema do zero, o objetivo seria criar um mecanismo que permita a comunicação entre as diferentes plataformas já existentes.
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Se esta parceria se concretizar, poderá representar um avanço significativo na integração financeira da Europa. Os consumidores passariam a ter um meio de pagamento unificado, sem necessidade de recorrer a cartões bancários internacionais ou a serviços de terceiros para fazer transações noutros países.
Grandes vantagens para os utilizadores
Além das vantagens para os utilizadores, um sistema europeu de pagamentos traria benefícios para os comerciantes, que poderiam aceitar pagamentos de clientes estrangeiros sem custos adicionais ou dificuldades técnicas. Isto facilitaria o comércio dentro da União Europeia e tornaria os pagamentos digitais mais acessíveis para todos.
A criação de uma rede de pagamentos pan-europeia também reforçaria a independência financeira da Europa, reduzindo a dependência de serviços estrangeiros, como os oferecidos por empresas americanas. O BCE tem defendido este tipo de iniciativas, pois considera essencial que a Europa tenha um sistema próprio e seguro para movimentação de dinheiro digital.
Apesar dos avanços nas negociações, ainda existem desafios a ultrapassar. Questões como regulamentação, segurança de dados e compatibilidade entre sistemas precisam de ser resolvidas antes de o serviço poder ser disponibilizado ao público.
No entanto, a crescente digitalização dos pagamentos e a necessidade de soluções mais eficientes fazem com que este projeto tenha um forte potencial para avançar. Se bem-sucedido, poderá transformar a forma como os europeus fazem pagamentos no dia a dia.
Conclusão
Assim, no futuro, poderemos ver um MB WAY europeu, que não só facilitará pagamentos dentro de cada país, mas também permitirá transações rápidas e seguras em toda a União Europeia. Este avanço representaria um passo importante na modernização dos serviços financeiros e na integração económica da Europa.
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