Quem visitar esta cidade histórica da Europa terá de se despedir de um hábito de viagem comum: as malas com rodinhas. A partir de agora, o transporte deste tipo de bagagem está proibido no centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO. A medida, aprovada pelas autoridades locais, pretende reduzir o ruído provocado pelas rodas sobre as calçadas de pedra e proteger a tranquilidade dos residentes.
De acordo com o Portal 6, site de notícias brasileiro, os moradores de Dubrovnik, na Croácia, vinham a queixar-se há vários anos do som constante das malas a ecoar pelas ruas estreitas e empedradas. O barulho, visível sobretudo nas horas de maior movimento, tornara-se uma fonte de incómodo permanente e um tema recorrente nas assembleias municipais. Após várias reclamações e estudos de impacto, a autarquia decidiu avançar com a proibição.
Como vai funcionar a nova regra
Segundo a mesma fonte, os visitantes continuam autorizados a levar malas, mas terão de as transportar manualmente a partir das entradas da cidade até aos respetivos alojamentos. Para facilitar o processo, alguns hotéis e alojamentos locais já criaram serviços de transporte de bagagens: os turistas deixam as malas em pontos específicos e equipas autorizadas encarregam-se de as entregar diretamente nos quartos.
O objetivo, explicam as autoridades de Dubrovnik, é preservar o ambiente histórico e reduzir a poluição sonora num dos centros medievais mais visitados da Europa. A decisão insere-se num conjunto mais amplo de medidas destinadas a equilibrar o turismo com a qualidade de vida da população local.
Menos ruído, mais sustentabilidade
De acordo com o Portal 6, esta não é a primeira iniciativa da cidade para controlar o impacto do turismo. Já existe um limite diário de navios de cruzeiro e um controlo rigoroso do número de visitantes dentro das muralhas.
Estas ações fazem parte de um plano de gestão sustentável que procura proteger o património, reduzir a pressão sobre as infraestruturas e garantir que a cidade continua habitável para os residentes.
Apesar das restrições, as autoridades afirmam que o objetivo não é afastar turistas, mas sim promover um turismo mais consciente. O som constante das rodinhas, ouvido a qualquer hora do dia, era um símbolo do turismo de massas que a cidade tenta agora moderar.
O impacto na experiência do visitante
Para muitos viajantes, a nova regra poderá representar um desafio adicional. Transportar malas à mão pelas ruas inclinadas ou recorrer a serviços de entrega pagos exigirá maior planeamento. Ainda assim, as autoridades locais defendem que a medida tornará a experiência mais autêntica e tranquila, permitindo que os visitantes apreciem o património de forma mais responsável.
O centro histórico de Dubrovnik, com as suas calçadas seculares e ruelas estreitas, foi construído muito antes da chegada dos fluxos turísticos modernos. O peso e o barulho das malas, explicam os responsáveis municipais, estavam a causar danos físicos nas pedras antigas, acelerando o desgaste do pavimento.
Uma tendência que pode alargar-se
Especialistas em turismo apontam que a decisão de Dubrovnik reflete uma tendência crescente na Europa, onde várias cidades históricas procuram limitar o turismo de massas e reforçar a proteção do património urbano. Veneza, por exemplo, já implementou taxas de entrada para visitantes diários, e Florença tem estudado medidas semelhantes.
Em Dubrovnik, a mudança é simbólica: o ruído das rodinhas vai dar lugar ao som das ondas e das conversas nas esplanadas. Uma cidade que antes ecoava o barulho das malas tenta agora recuperar o silêncio que, em tempos, definiu o seu encanto.
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