Um conceito inovador de transporte marítimo acaba de ser apresentado pela empresa italiana Lazzarini Design Studio, conhecida por desafiar os limites da engenharia naval. Desta vez, o projeto vai além de tudo o que já foi concebido até hoje: uma embarcação inspirada numa tartaruga, e de proporções tão gigantescas que os próprios criadores recusam o rótulo de iate para a classificar.
Inspirado numa tartaruga, o navio recebeu o nome de Pangeos, uma referência ao supercontinente Pangeia. Há milhões de anos, esta imensa massa terrestre reunia quase todos os continentes do planeta, e foi precisamente essa ideia de união e grandeza que serviu de base para o desenho arrojado da embarcação.
Uma nova classe de luxo flutuante: o “terayacht”
De acordo com o AS, os responsáveis pelo projeto acreditam que esta ‘tartaruga’ marca o nascimento de uma nova categoria de luxo sobre as águas. Em vez de um iate tradicional, o Pangeos será um “terayacht”, um conceito ainda inédito que visa combinar lazer, habitação e mobilidade num único espaço de proporções urbanas.
Vida a bordo com tudo o que existe numa cidade moderna
A bordo estarão previstas zonas residenciais, hotéis, centros comerciais, jardins e até piscinas, recriando o ambiente de uma verdadeira cidade flutuante. Segundo o estúdio de design, o navio terá capacidade para acolher até 60 mil pessoas, tornando possível viver em permanência com todas as comodidades habituais em terra firme.
Construção exige estaleiro de dimensão inédita
Para tornar realidade este projeto megalómano, será necessária uma infraestrutura de construção completamente fora do comum. Está prevista a criação de um estaleiro com 600 metros de comprimento por 650 metros de largura, o que exigirá dragar uma área marítima de cerca de um quilómetro quadrado.
Arábia Saudita poderá acolher obra gigantesca
O local escolhido para acolher esta tartaruga gigantesca será, muito provavelmente, na costa da Arábia Saudita. Além de oferecer espaço e condições logísticas adequadas, a região tem vindo a apostar em projetos futuristas que alinham com esta visão tecnológica e ambiciosa.
As dimensões da embarcação são igualmente impressionantes: 550 metros de comprimento e até 610 metros de largura nalguns pontos. Estas medidas farão do Pangeos, conforme destaca o estúdio italiano, “o maior navio alguma vez construído”, um feito inédito na história da construção naval.
O custo de 8 mil milhões e um plano até 2033
Estima-se que o custo total do projeto ronde os 8 mil milhões de euros, um valor que sublinha a escala desta iniciativa. A Lazzarini Design Studio prevê iniciar a construção em 2025, com um prazo de execução estimado em oito anos até à conclusão integral da obra.
NFTs vão financiar a versão digital do projeto
O financiamento não seguirá os moldes convencionais e apostará na inovação digital para reunir fundos. O estúdio planeia vender NFTs associados ao navio, denominados Unreal Estates, permitindo que investidores adquiram bilhetes, quartos e até casas dentro de uma versão digital da embarcação no metaverso.
Na parte inferior da estrutura será instalado um porto privado, acessível a embarcações de menor porte. Esta infraestrutura atravessará o centro do Pangeos, funcionando como uma ponte, o que possibilitará o embarque e desembarque durante as viagens de longa duração.
Janelas panorâmicas reforçam ligação com o exterior
Os criadores quiseram ainda garantir uma experiência visual e sensorial única para quem viajar a bordo. O convés contará com janelas deslizantes de grandes dimensões, permitindo maior entrada de luz e uma ligação direta ao mar, algo raro em navios desta escala.
Propulsão inovadora com tecnologia hidroala
O sistema de propulsão recorrerá à tecnologia hidroala, elevando parcialmente o navio sobre a água. Esta solução permitirá melhorar significativamente a velocidade e a estabilidade da navegação, ao mesmo tempo que reduz o impacto ambiental da embarcação.
Motores a hidrogénio garantem sustentabilidade
Três motores movidos a hidrogénio assegurarão o funcionamento da embarcação, numa aposta clara em soluções sustentáveis. Este cuidado com o ambiente está presente em várias vertentes do projeto, desde os materiais escolhidos até à eficiência energética.
Uma visão antiga que agora ganha forma
Segundo o estúdio Lazzarini, citado pelo AS, esta ideia não é tão nova quanto se possa pensar, apenas mais ousada. “Gostamos de lembrar que, em 1964, a indústria naval já era capaz de construir este tipo de embarcações”, afirmam, referindo-se à evolução técnica que só agora permite avançar para algo desta dimensão.