A Ryanair e a Lufthansa entraram em discussão por causa das regras dos slots (faixas horárias) da União Europeia (UE), noticia a agência “Reuters”. Em causa estão alegados “voos fantasma” operados pela companhia aérea alemã para manter os seus slots e a Ryanair acusou a Lufthansa de hipocrisia, pois previamente já tinha sido criticada por os seus voos de baixo custo terem um elevado impacto ambiental.
De acordo com as regras aeroportuárias da UE, as companhias aéreas devem usar pelo menos 80% dos seus slots de decolagem para mantê-los no ano seguinte. A UE suspendeu essas regras no início da pandemia, mas começou a restaurá-las parcialmente, reacendendo as preocupações com os voos vazios à medida que a pandemia persiste.
O CEO (presidente executivo) da Lufthansa, Carsten Spohr, disse no mês passado que a companhia aérea ainda tinha que operar dezenas de milhares de voos adicionais no inverno para cumprir as regras da União Europeia sobre o uso de slots, o que resultaria num aumento de emissões excedentes. Segundo um relatório citado pelo jornal “Le Soir”, a transportadora alemã operou 18 mil “voos fantasma” no final de 2021.
A companhia aérea irlandesa de baixo custo criticou a sua rival alemã por estar a interferir com a concorrência. “Em vez de operar voos vazios apenas para bloquear slots, a Lufthansa deve meter esses lugares à venda por preços reduzidos para recompensar os contribuintes alemães e europeus que a subsidiaram com milhares de milhões de euros durante a crise de Covid”, disse o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, em comunicado.
O’Leary disse, na nota, que a Lufthansa “adora derramar lágrimas de crocodilo sobre o ambiente quando faz de tudo para proteger os seus slots“. Isto porque, previamente, a transportadora alemã criticou companhias aéreas de baixo custo, como a Ryanair, por venderem lugares a preços excessivamente baixos, aumentando a procura e, consequentemente, as emissões de gases de efeito estufa.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL