As novas medidas fiscais previstas no Orçamento do Estado para 2026 prometem dar algum fôlego às carteiras portuguesas. O Governo propõe uma descida das taxas de IRS em 2026 entre o 2.º e o 5.º escalões, além de uma atualização dos limites de rendimento e do aumento do mínimo de existência, que isenta de imposto quem recebe o salário mínimo nacional, o que permitirá ‘poupar’. De acordo com o Notícias ao Minuto, os cálculos da consultora financeira PwC mostram que, mesmo com reduções pequenas nas taxas, o impacto será sentido em todos os escalões de rendimento.
Um alívio transversal, ainda que desigual
Segundo a publicação, as taxas do IRS vão descer 0,3 pontos percentuais entre o 2.º e o 5.º escalões. Na prática, a taxa do 2.º escalão passa de 16% para 15,7%, a do 3.º de 21,5% para 21,2%, a do 4.º de 24,4% para 24,1% e a do 5.º de 31,4% para 31,1%. Embora as restantes taxas se mantenham inalteradas, a atualização dos escalões em 3,51% e a subida do mínimo de existência garantem que todos os contribuintes verão o seu rendimento líquido aumentar.
A PwC, citada pelo Notícias ao Minuto, comparou o imposto devido em 2025 com o previsto para 2026. As simulações consideram um cenário estático, sem aumentos salariais, e permitem perceber quanto cada contribuinte poderá poupar no próximo ano.
Quem ganha o quê com o novo IRS
Um trabalhador solteiro e sem filhos com um salário bruto mensal de 920 euros, correspondente ao novo salário mínimo nacional, deixará de pagar IRS, o que representa uma poupança anual de 315 euros. Já quem recebe 980 euros, também no primeiro escalão, verá o imposto baixar de 693 euros para 378 euros.
No 2.º escalão, um contribuinte com 1.100 euros brutos por mês pagará 1.073 euros em 2026, menos 145 euros do que este ano. Um casal com dois filhos e 1.300 euros de salário bruto cada (3.º escalão) verá o IRS descer 99 euros no total, enquanto um solteiro com o mesmo rendimento poupará 50 euros.
Nos rendimentos de 1.800 euros mensais (4.º escalão), um trabalhador solteiro e sem filhos verá o imposto baixar de 3.359 para 3.271 euros, ou seja, menos 88 euros. No caso de um casal com dois filhos, a poupança duplica: 176 euros anuais, com o IRS a cair de 5.219 para 5.043 euros.
Já no 5.º escalão, para um casal com dois filhos e 2.250 euros brutos cada, o alívio será de 324 euros no total. Um contribuinte solteiro com o mesmo salário verá o imposto reduzir-se em 162 euros, passando de 5.228 para 5.066 euros anuais.
Os escalões mais altos também poupam
Embora as taxas não mudem nos escalões superiores, as atualizações dos valores de rendimento e o mínimo de existência têm reflexo positivo. De acordo com o Notícias ao Minuto, um contribuinte solteiro com 3.000 euros mensais (6.º escalão) pagará 204 euros a menos de IRS, enquanto um casal com dois filhos e o mesmo rendimento conjunto verá o imposto baixar 408 euros.
Quem ganha 3.500 euros (7.º escalão) notará uma descida de 323 euros, e um trabalhador com 4.500 euros (8.º escalão) poupará 347 euros. Já no topo da tabela, um contribuinte com 7.500 euros brutos mensais (9.º escalão) verá o seu IRS recuar 447 euros, passando de 34.002 para 33.555 euros por ano.
Um alívio simbólico, mas generalizado
No total, as alterações representam um alívio fiscal transversal, com impacto maior nos rendimentos baixos e intermédios. O Governo defende que esta política segue o princípio de “aliviar o peso do IRS de forma progressiva”, enquanto as consultoras alertam que o efeito poderá ser diluído pela inflação e pelo aumento do custo de vida.
Ainda assim, como sublinha o Notícias ao Minuto, a atualização dos escalões e o reforço do mínimo de existência garantem que a totalidade dos contribuintes terá algum ganho líquido, ainda que modesto.
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