O diretor-geral da associação francesa Contribuables Associés, Benoît Perrin, reacendeu o debate sobre o envelhecimento ativo e a reforma ao defender que aumentar a idade da aposentação é essencial para reforçar a empregabilidade dos mais velhos. O especialista acredita que esta medida permitiria valorizar o chamado “talento sénior”, mantendo trabalhadores experientes nas empresas e garantindo uma maior transmissão de conhecimento entre gerações.
De acordo com o site especializado em economia e emprego Noticias Trabajo, Perrin defendeu que a medida deveria ser integrada nos próximos Projetos de Lei de Orçamento em França, apresentando-a como parte de uma estratégia para reforçar a produtividade e a competitividade do país.
Aumentar a produtividade e prolongar a vida ativa
Durante uma entrevista ao canal CNEWS, Benoît Perrin explicou que o verdadeiro desafio do mercado laboral francês não passa pela redistribuição da riqueza, mas pela capacidade de gerar mais produção interna. “A questão é como fazer crescer o bolo”, afirmou, defendendo que “é preciso investir em formação profissional e em novas tecnologias”.
O especialista acrescentou que “é necessário subir a idade das pessoas que estão ativas no mercado de trabalho porque um dos problemas que temos em França é que não se trabalha o suficiente”. Na sua perspetiva, o prolongamento da vida ativa traria benefícios tanto para o Estado como para as empresas, permitindo aproveitar melhor a experiência acumulada ao longo dos anos e aliviando a pressão sobre o sistema de pensões.
Reformar a formação e apoiar os jovens
Perrin destacou ainda dois aspetos fundamentais que, no seu entender, devem ser tratados em simultâneo. Por um lado, a melhoria dos sistemas de inserção profissional para os jovens, através de uma maior adequação entre a formação e as necessidades reais do mercado.
Por outro, o prolongamento da vida ativa dos trabalhadores mais velhos, medida que considera “a única forma” de aumentar a taxa de emprego entre os séniores.
O diretor-geral da Contribuables Associés reconheceu que estes temas são “muito polémicos”, mas insistiu que é necessário enfrentá-los com pragmatismo. “São assuntos explosivos, mas têm de ser tratados”, declarou, sublinhando que a economia francesa precisa de um novo equilíbrio geracional no mercado de trabalho.
Um debate que atravessa fronteiras
A proposta de Perrin surge num contexto sensível, marcado por sucessivas reformas e protestos em torno da idade de reforma em França. A questão continua a dividir a opinião pública e a colocar pressão sobre os decisores políticos, que enfrentam o desafio de equilibrar sustentabilidade financeira e justiça social.
Na sua análise, o especialista lembrou que as taxas de desemprego em França continuam acima da média europeia e que isso “deveria servir de incentivo aos responsáveis políticos para agir”. Para ele, o país precisa de uma “mudança estrutural que dê vida ao mercado de trabalho e melhore a competitividade”, mesmo admitindo que o caminho será longo e controverso.
Segundo o Noticias Trabajo, Benoît Perrin concluiu defendendo que prolongar a vida ativa e reformar o sistema de formação são passos inevitáveis para garantir o futuro do emprego e da economia francesa.
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