O ano arrancou com uma nova subida da produção do setor de obras públicas e construção. Sob pano de fundo, a subida dos materiais e dos salários mantêm a tendência de crescimento dos custos de construção. Falta de mão de obra e, sobretudo, a alta dos preços das matérias-primas e a disrupção das cadeias logísticas, alimentam esta tendência há pelo menos ano e meio.
O Índice de Produção na Construção aumentou 3,3% em janeiro, em termos homólogos, acelerando 0,7 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês anterior, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). O emprego e as remunerações apresentaram crescimentos de 2,0% e 6,6% – após variações de 1,7% e 6,0% em dezembro-, respetivamente. Já na comparação face ao mês anterior, o emprego e as remunerações registaram taxas de variação de 0,5% e -19,6%, respetivamente (0,2% e -20,0% em janeiro de 2021, pela mesma ordem).
Por segmentos e face ao primeiro mês do ano passado, a Construção de Edifícios aumentou 2,3% (2,1% em dezembro), enquanto a Engenharia Civil acelerou 1,2 p.p., para uma taxa de variação de 4,7%. Porém, enquanto a construção de habitação apresenta uma tendência crescente e constante nas variações homólogas desde setembro, a obra pública regressa a uma valorização próxima da registada no mês de setembro (4,8%).
Já quanto ao Índice de Preços de Construção Nova, o INE dá conta de um de uma progressão de 7,2% em termos homólogos, mais 0,2 pontos percentuais (p.p.) que o observado no mês anterior. O preço dos materiais e o custo da mão de obra apresentaram, respetivamente, variações homólogas de 9,1% e de 4,5%. No mês anterior, as variações registadas foram de 8,2% para o custo dos materiais e de 5,2% para os encargos com trabalhadores.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL