Nem tudo o que chega por mensagem é o que parece. A Segurança Social lançou um alerta nacional depois de detetar novas tentativas de burla que utilizam o nome e a imagem do organismo público para enganar cidadãos através de mensagens fraudulentas sobre supostas dívidas.
O Instituto da Segurança Social (ISS) informou esta terça-feira que estão a circular mensagens falsas que simulam comunicações oficiais sobre dívidas à Segurança Social. Estas mensagens, que aparentam vir do próprio portal da instituição, incluem um link para uma página fraudulenta onde o utilizador é levado a acreditar que tem valores em dívida e é pressionado a efetuar um pagamento imediato “para evitar juros de mora”.
Num comunicado publicado no seu site, o ISS esclarece que “estas mensagens são fraudulentas e não são provenientes da Segurança Social, permitindo aos seus autores obter ilegitimamente valores decorrentes de supostas dívidas”. O organismo reforça que a Segurança Social nunca envia links por SMS ou e-mail nem solicita dados bancários, como números de cartões de crédito.
A entidade alerta ainda que a atualização de dados pessoais ou do IBAN só deve ser feita através do Portal da Segurança Social Direta, após autenticação segura com palavra-passe, de acordo com o Notícias ao Minuto.
Um exemplo de fraude em circulação
Entre os exemplos de mensagens falsas identificadas, há casos em que o texto começa com “Evite apreensão”, seguido de uma referência e de um aviso de incumprimento, indicando que o não pagamento até determinada data pode resultar em processo de execução fiscal e penhora de bens.
Esta mensagem termina com a ameaça de juros de mora caso o pagamento não seja efetuado no prazo. O objetivo é criar pânico e urgência, levando o cidadão a clicar no link e a fornecer dados sensíveis.
A Segurança Social, citada pela mesma fonte, recomenda que, em caso de dúvida, os cidadãos não cliquem nos links, não forneçam informações pessoais ou bancárias e denunciem de imediato a tentativa de fraude às autoridades.
Phishing: o crime digital que cresce em Portugal
Este tipo de burla, conhecido como phishing, consiste em reproduzir a imagem de entidades legítimas para obter informações confidenciais ou pagamentos indevidos. Em Portugal, é um dos esquemas mais comuns de cibercrime, afetando não só organismos públicos como também bancos e empresas privadas. O artigo 217.º do Código Penal enquadra este tipo de conduta no crime de burla informática e nas comunicações, punível com pena de prisão até cinco anos.
Para reduzir o impacto destas práticas, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) recomenda a verificação do endereço de e-mail ou link antes de clicar, o uso de autenticação em dois fatores e a denúncia imediata de mensagens suspeitas.
Meta também reforça combate às fraudes
Em paralelo, a empresa Meta anunciou novas medidas de segurança para o Messenger e o WhatsApp, com o objetivo de ajudar os utilizadores a identificar potenciais fraudes. No Messenger, segundo a mesma fonte, surgirão avisos automáticos quando forem detetadas mensagens suspeitas, e será possível reencaminhá-las para análise pela Meta AI.
A plataforma, de acordo com o Notícias ao Minuto, vai ainda alertar os utilizadores para não transferirem dinheiro ou vouchers a desconhecidos. No WhatsApp, será exibido um aviso se alguém tentar partilhar o ecrã durante uma videochamada com um contacto que não esteja guardado, lembrando que essa ação só deve ser feita com pessoas de confiança.
De acordo com a empresa, desde o início de 2025 foram identificadas e eliminadas quase oito milhões de contas ligadas a redes internacionais de fraude com origem em Myanmar, Laos, Camboja, Filipinas e Emirados Árabes Unidos.
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