Em mais um teste de preparação para o Euro 2025, a seleção nacional feminina de futebol da Suíça (actual 23.ª no ranking FIFA) foi surpreendida pela equipa de sub‑15 masculinos do Luzern. Num jogo‑treino à porta fechada, o resultado foi um esclarecedor e inesperado 7‑1 a favor dos mais jovens.
O encontro, realizado em 23 de junho, decorreu em Nottwil, junto ao lago Sempach, em três períodos de 30 minutos. Destinado a ser confidencial, o evento ganhou notoriedade após um jogador da formação do Luzern partilhar imagens e o resultado nas redes sociais — um acto que espantou a Federação Suíça, determinada a evitar comparações e críticas ao desempenho da equipa feminina.
O jornal suíço Blick referiu que a divulgação provocou “desconforto” dentro da federação, que considerava este tipo de exposição prejudicial para o futebol feminino.
Anfitriã sob pressão
Este revés surge pouco mais de uma semana antes do início do Euro 2025, que decorrerá na Suíça entre 2 e 27 de julho. No Grupo A, as helvéticas estreiam-se a 2 de julho contra a Noruega, seguindo-se jogos com Islândia (6 de julho) e Finlândia (10 de julho).
Perante críticas crescentes, a equipa já prepara a “última recta” de preparação, com um amigável marcado contra a República Checa — uma oportunidade para limpar a imagem antes do arranque oficial da competição.
Repercussões no plano desportivo e mediático
Para muitos observadores, o confronto entre géneros e idades levantou questões graves sobre o tratamento da modalidade. O diário A Bola, em tom crítico, afirmou que a derrota provocou “memes e piadas com mais ou menos gosto” e reavivou uma “interminável disputa da guerra dos sexos no desporto”.
Segundo analistas, o momento expõe preconceitos que persistem no futebol feminino e a necessidade de situar tais comparações no seu justo contexto: o jogo não era competitivo nem entre pares, mas sim um teste frente a jogadores com potencial atlético e físico naturalmente distinto pelo facto de serem do sexo masculino e ainda em fase de crescimento.
Apesar da repercussão negativa, a federação suíça insiste que este tipo de teste pode ser útil para avaliar resistência física, adaptação táctico‑táctica e concentração em situações adversas. Porém, a goleada sofrida obriga a uma abordagem balanceada: por um lado, serve de alerta; por outro, exige uma estratégia de recuperação de confiança.