O treinador Tozé Marreco colocou este domingo o seu lugar à disposição da administração da SAD do Farense, após a derrota caseira (0-2) frente ao Nacional, na 21.ª jornada da I Liga de futebol.
“O meu lugar está sempre à disposição, se [o presidente] achar que deve alterar alguma coisa naquilo que é o grupo, se o meu trabalho não estiver a ser suficiente”, disse o técnico, na conferência de imprensa após o jogo, reafirmando o que já tinha revelado na ‘flash-interview’ da SportTV.
Assumindo “todas as responsabilidades por tudo o que se passar esta época”, Tozé Marreco reafirmou: “Se aquele homem achar que há mais hipóteses de o Farense se manter na I Liga sem estar eu ao comando, dou-lhe um abraço e faço as minhas malas para Coimbra”.
Após as declarações de Tozé Marreco, Rui Gomes, administrador da SAD, que assistiu à conferência de imprensa, deu um abraço ao treinador e, perante os jornalistas presentes, afirmou de forma audível: “Você é o nosso treinador”.
O treinador revelou também aos jornalistas que, após o encontro com os madeirenses, os cinco capitães lhe transmitiram “apoio incondicional”.
“Os cinco capitães quiseram falar comigo [após o jogo]. Quiseram passar-me toda a ‘carta branca’ no aspeto de estarem disponíveis para tudo o que eu decida em prol do grupo. Um apoio que lhes agradeci e que me foi muito importante também, mostrarem um apoio incondicional ao meu trabalho, de que eu não estava à espera”, salientou.
Nacional distancia-se dos lugares de descida ao vencer em Faro num duelo com expulsões
O Nacional venceu este domingo no terreno do Farense, por 2-0, num jogo da 21.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol em que Elves Baldé foi expulso nos algarvios, aos 41 minutos, e Fuki, nos madeirenses, aos 50.
José Gomes marcou os dois golos dos madeirenses, aos 48 e 58 minutos, assegurando o regresso aos triunfos, após duas derrotas, do emblema comandado por Tiago Margarido, que subiu ao 13.º lugar, ao somar 22 pontos.
O Farense, que passou a contar três derrotas seguidas e seis jogos sem vencer, permanece no 17.º e penúltimo lugar, com 15 pontos, menos dois do que o Estrela da Amadora, que hoje visita o Casa Pia, em Rio Maior, e a três do AVS, primeiro clube a salvo da despromoção.
Lateral José Gomes ‘bisa’ e dá primeira vitória fora ao Nacional em Faro
O Nacional conseguiu este domingo a primeira vitória fora na I Liga de futebol, ao bater, por 2-0, o Farense, adversário direto na luta pela manutenção, num jogo marcado pelo ‘bis’ de José Gomes no arranque da segunda metade.
Os dois golos do lateral esquerdo português, aos 48 e 58 minutos, permitiram aos madeirenses sair do Algarve com três importantes pontos, numa partida em que as duas equipas terminaram reduzidas a 10 unidades, após as expulsões de Elves Baldé (41) e Fuki Yamada (50).
O Nacional ascendeu provisoriamente à 13.ª posição, com 22 pontos, afastando-se da zona de despromoção direta, onde continua o Farense, 17º, com 15, tendo registado o sexto jogo seguido sem ganhar.
O capitão Marco Matias e o reforço de inverno Rony Lopes, em estreia absoluta, foram as duas novidades no ‘onze’ algarvio, face à derrota (3-1) na visita ao Sporting, com o habitual extremo Elves Baldé a recuar para lateral no ‘3x4x3’ de Tozé Marreco.
Já no Nacional, em relação ao desaire caseiro (1-2) frente ao Arouca, Tiago Margarido operou quatro alterações, apostando em Léo Santos, Matheus Dias, Fuki Yamada e Paulinho Bóia, estes dois últimos reforços de janeiro, em estreia no onze e a ocuparem as duas alas ofensivas no ‘4x2x3x1’.
A primeira parte ficou marcada pelo equilíbrio de parte a parte, com as duas equipas a mostrarem agressividade a meio-campo, até muita vontade de chegar à baliza, mas esses indicadores goravam-se devido à falta de qualidade ofensiva mútua.
Tomané, num remate contra um defesa dos madeirenses, aos nove minutos, Paulinho Bóia, numa ameaça intercetada por Cláudio Falcão, aos 18, e Lucas Áfrico, num cabeceamento para defesa fácil de Lucas França, aos 24, foram os autores das primeiras tentativas.
Com o Farense a tentar com mais bola no pé, à procura do ‘criativo’ Rony Lopes, e o Nacional a tentar lançar as suas ‘setas’ no ataque, a primeira grande ocasião de jogo só surgiu aos 39 minutos, mas Dudu Teodora rematou fraco e para fora, com espaço para fazer melhor.
Pouco depois, aos 41, o Farense ficou reduzido a 10 unidades: Elves Baldé perdeu o duelo com Zé Vítor e, já com a jogada concluída e deitado no chão, pontapeou Zé Vítor no joelho, acabando por ver o cartão vermelho.
Os dois treinadores esperaram pelo intervalo para mexer, com Tozé Marreco a lançar Rui Costa e Rivaldo Morais, numa equipa arrumada em ‘3x4x2’, e Tiago Margarido a apostar em Daniel Penha para tentar dar mais criatividade ao ‘miolo’.
Três minutos após o reatamento, a formação do Funchal chegou à vantagem, num lance de ataque rápido desenhado precisamente por Daniel Penha, que colocou em Dudu Teodora, o qual assistiu José Gomes para o remate certeiro.
A esperança ‘renasceu’ para o Farense aos 50 minutos, quando as duas equipas voltaram a ficar em igualdade numérica, após a expulsão do japonês Fuki Yamada, por acumulação de amarelos.
Mas tão depressa a ‘chama’ algarvia se ‘acendeu’ como se ‘apagou’, novamente após dupla substituição de Tozé Marreco, que arriscou reforçar o setor ofensivo em busca do empate.
Com uma série de erros da defesa algarvia, a bola sobrou para José Gomes, que à entrada da área não se fez rogado e atirou para o 2-0, aos 58 minutos.
Nos minutos finais, o Farense pressionou em busca do golo, mas o guardião do Nacional, Lucas França, parou com excelentes defesas as tentativas de Yusupha (79 e 85 minutos) e Rui Costa (88).
Declarações após o jogo Farense-Nacional
– Tozé Marreco (treinador do Farense): “Claramente, ao minuto 41 [expulsão de Elves Baldé], são erros absolutamente injustificáveis. Pedi muito equilíbrio emocional, porque nesta altura o ter de ganhar causa muita ansiedade.
Isso condicionou-nos o jogo, porque o Baldé tinha uma preponderância grande na parte ofensiva e fomos novamente prejudicados por um erro desta natureza, do qual eu sou o responsável, porque sou eu que escolho os jogadores. Eu sou o responsável por esse tipo de atos irrefletidos.
O pior que pode acontecer num jogo em que já temos pressão, em que sabemos que temos de pontuar, é sofrer um golo, e logo no início da segunda parte. E depois não conseguimos fazer o golo de que precisávamos. Criámos mais do que suficiente [para marcar]. O golo era merecido, mas não era suficiente.
O Farense tem de, efetivamente, mudar muita coisa. Tem de mudar a forma de estar em alguns momentos no aspeto de ‘isto não é tudo igual’. Há pessoas que não têm noção do que é o Farense, do que representa, a história que tem. Ganhar ou perder não pode ser igual.
Às vezes, sinto que tem de haver muito mais responsabilidade. Sou o primeiro a dar a cara, porque praticamente vivo no São Luís e trabalho para isto. Mas temos de ser muito mais responsáveis e temos sido irresponsáveis nalguns momentos.
O meu lugar está sempre à disposição, se [o presidente] achar que deve alterar alguma coisa naquilo que é o grupo, se o meu trabalho não estiver a ser suficiente.
Assumo todas as responsabilidades por tudo o que se passar esta época. Se aquele homem achar que há mais hipóteses de o Farense se manter na I Liga sem estar eu ao comando, dou-lhe um abraço e faço as minhas malas para Coimbra.
Os cinco capitães quiseram falar comigo. Quiseram passar-me toda a carta branca no aspeto de estarem disponíveis para tudo o que eu decida em prol do grupo. Um apoio que lhes agradeci e que me foi muito importante também, mostrarem um apoio incondicional ao meu trabalho, de que eu não estava à espera”.
– Tiago Margarido (treinador do Nacional): “Era um jogo de extrema importância frente a um adversário direto.
Foi um jogo repartido ao início, com ambas as equipas à espera do erro. Contudo, após a expulsão [de Elves Baldé], reajustámos para explorar o jogo de corredores, forçando muito por fora, e o golo surge dessa forma.
Depois, o jogo ficou 10 contra 10 [jogadores], mas a nossa equipa foi muito madura e inteligente, porque nunca deixou o jogo partir, controlou bem os momentos do jogo e chegámos ao 2-0 de forma inteligente e equilibrada.
No somatório, a vitória é justa e continuamos o nosso caminho. Nem tudo estava mal na semana passada quando perdemos, nem tudo está bem nesta, em que ganhámos. Este clube pauta-se pelo equilíbrio e isso, a longo prazo, dá frutos.
É uma vitória muito importante. É a primeira vez que vencemos fora. Já estivemos perto noutras ocasiões, mas por uma pontinha de infelicidade não conseguimos. Desta vez, estes três pontos são no estádio certo e no sítio certo para a nossa caminhada”.
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