
Uma intervenção arqueológica no Castelo de Silves, na área onde está localizado o denominado Palácio das Varandas, uma estrutura do século XI, termina esta sexta-feira, 8 de Setembro.
Esta obra teve como objectivo retirar os estuques decorados existentes no local, tendo em vista a sua restauração e reconstituição gráfica para posterior estudo e musealização. A responsabilidade destes trabalhos é da Universidade Nova de Lisboa em colaboração com o Município de Silves.
Os trabalhos arqueológicos são da responsabilidade da professora Rosa Varela Gomes e do arquitecto Mário Varela Gomes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL). A equipa contou com a presença de vários alunos.
Conforme recorda a Câmara de Silves em comunicado de imprensa, “o projecto de musealização do Castelo de Silves no âmbito do programa Silves Polis colocou à vista, no sector sudeste e sob palácio almóada existente a nascente, fragmentos de estuques correspondentes a sectores de arcarias, decoradas através de incisões e de pintura, assim como porções de paredes, ornamentados com motivos de carácter epigráfico, fitomórfico e geométrico que estavam sobre pavimento do século XI. Aliás, Silves é possuidora do maior conjunto de estuques decorados islâmicos existente em Portugal. Esse trabalho de exumação da totalidade destes testemunhos, que evitará o seu desaparecimento devido à sujeição às diversas condições climatéricas, tem vindo a ser executado ao longo dos últimos anos e tem permitido a recuperação de importantes peças”.
Recorde-se que o palácio das Varandas de Silves, famoso no Ocidente Peninsular, foi mencionado na eloquente poesia “Evocação de Silves”, de Al-Mu’tamid, o rei poeta, onde o mesmo recorda, com saudade, os tempos de juventude passados neste palácio.