A ideia de que tomar banho após as refeições pode ser prejudicial à saúde é um conceito amplamente difundido. Muitas pessoas acreditam que essa prática pode causar indigestão ou outros problemas, levando a recomendações de esperar algumas horas antes de entrar na água. Mas será que esse conselho tem fundamento?
Origem do mito
A crença de que o banho após as refeições pode ser prejudicial tem sido transmitida de geração em geração. A explicação popular baseia-se no facto de que, durante a digestão, o fluxo sanguíneo se concentra no sistema digestivo, o que poderia ser comprometido se o corpo fosse exposto a mudanças bruscas de temperatura.
O papel da temperatura da água
Embora não haja evidências científicas que confirmem riscos diretos associados ao banho após as refeições, refere a DECO PROteste, a temperatura da água pode influenciar o conforto digestivo. Banhos em água extremamente fria podem levar a uma redistribuição do fluxo sanguíneo para outras partes do corpo, reduzindo a circulação na região digestiva. No entanto, essa situação é rara e ocorre apenas em condições extremas.
Banho no mar e na piscina
A exposição à água fria em piscinas ou no mar também é apontada como um possível fator de risco. No entanto, especialistas afirmam que, em locais onde a temperatura da água é moderada, como acontece na maioria das praias portuguesas, o impacto no sistema digestivo é mínimo.
O que pode realmente causar indigestão
A indigestão pode resultar de vários fatores, como consumo excessivo de alimentos, ingestão rápida, consumo de alimentos gordurosos ou picantes, tabaco, álcool e stresse. A exposição à água, por si só, não é um fator determinante para desencadear este problema.
O impacto do exercício físico
Se tomar banho após as refeições não representa um risco significativo, o mesmo não pode ser dito do exercício físico intenso. Atividades como corrida ou natação exigem maior fluxo sanguíneo para os músculos, o que pode desviar a circulação do sistema digestivo e levar a desconforto abdominal. Por esse motivo, recomenda-se um intervalo de pelo menos 45 minutos a uma hora antes da prática de exercício.
Quando evitar mudanças bruscas de temperatura
Embora a maioria dos banhos não apresente risco, situações de exposição a temperaturas extremas podem gerar impacto na digestão. Se a água for extremamente fria, o corpo pode priorizar a regulação térmica, alterando a distribuição sanguínea e potencialmente afetando o processo digestivo.
Precauções simples
Para evitar qualquer desconforto, recomenda-se tomar banho com água morna ou quente e evitar exposição prolongada a temperaturas muito baixas. Também é aconselhável que as refeições sejam leves antes de atividades como natação ou desportos aquáticos.
Não há evidências científicas que justifiquem a proibição de tomar banho após as refeições. A preocupação deve estar na temperatura da água e na intensidade da atividade realizada depois de comer. Manter hábitos equilibrados e evitar mudanças térmicas bruscas é a melhor forma de garantir o conforto e a segurança do organismo.
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