Um avanço significativo na investigação sobre a Doença de Alzheimer foi anunciado pelo grupo de investigação em “Tráfego Neuronal no Envelhecimento” da NOVA Medical School. Liderada pela investigadora Cláudia Almeida, a equipa descobriu o papel crucial do gene CD2AP na regulação das sinapses neuronais, uma função essencial para o funcionamento do sistema nervoso e cuja falha está associada ao desenvolvimento da Doença de Alzheimer de início tardio.
“Aproximadamente 20 anos antes da manifestação clínica da doença, verifica-se a perda de sinapses nos neurónios. No entanto, o mecanismo responsável por essa perda era desconhecido até agora,” explica Cláudia Almeida. O estudo identificou que uma mutação no gene CD2AP compromete o seu funcionamento, levando à redução da formação de sinapses e à diminuição da atividade neuronal. Essas alterações ocorrem ao nível das espinhas dendríticas, pequenas estruturas que recebem sinais de outros neurónios.
Este avanço pode abrir caminho para novas abordagens preventivas e terapêuticas. “Compreender como as variantes genéticas aumentam o risco de desenvolver Alzheimer é essencial para criarmos tratamentos personalizados”, sublinha a investigadora. Ela reforça que prevenir a perda precoce de sinapses poderá ser uma estratégia eficaz para travar a progressão da doença.
Os próximos passos da investigação envolvem a aplicação da terapia genética em sistemas mais complexos, como neurónios humanos e modelos que permitam estudar as diferentes fases da doença. “Já demonstrámos que a terapia funciona in vitro em neurónios de ratos. Agora, queremos explorar a comunicação entre diferentes tipos de células cerebrais e a propagação da toxicidade da doença”, acrescenta Cláudia Almeida.
Com mais de 45 anos de existência, a NOVA Medical School é reconhecida pela sua liderança no ensino e investigação em saúde. Esta descoberta reforça o compromisso da instituição em transformar os cuidados de saúde e encontrar soluções inovadoras para desafios globais.
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