O auto de entrega dos Armazéns da Praça Infante Dom Henrique, mais conhecidos pela designação de “Armazém Regimental”, foi esta quinta-feira assinado entre o Exército Português e o município de Lagos. Adquirido pela Câmara, o imóvel passa a integrar o património municipal.
“Reabilitar e preservar este magnífico exemplar de arquitetura militar é o primeiro grande objetivo desta aquisição”, explica a autarquia em comunicado.
Propriedade até agora do Estado e afeto ao Ministério da Defesa Nacional, à responsabilidade da Unidade de Apoio do Comando da Logística, o edifício foi alienado por ajuste direto ao município de Lagos, mediante uma compensação financeira de 238 mil euros. O ato marca o culminar de um processo de contactos e negociações que decorria já há algum tempo.
A passagem do edifício para a posse do município foi feita pelo tenente-coronel Manuel José Mendes Cavaco, 2º Comandante da Unidade de Apoio do Comando da Logística, em representação do Exército.
Referindo-se à ocasião como um momento muito importante para Lagos, Hugo Pereira, presidente da autarquia, revelou que “a prioridade do município é conservar este património, reabilitar o espaço, dotando-o de mais condições para a realização de atividades culturais, e devolvê-lo depois novamente à fruição da comunidade”.
Situado na atual Praça do Infante e com uma área total aproximada de 234,00 m2, o imóvel, datado de 1665, foi construído para armazenar os produtos trazidos pelas naus que aportavam a Lagos. Na sua fachada principal ostenta, sobre cada uma das portas, um escudo de Armas do Reino do Algarve e, entre eles, a chancela do Conde de Avintes.
Duas grandes portadas de madeira, encimadas por um frontão barroco, encerram o derradeiro exemplar de um conjunto de Sete Passos (oratórios) da Via Sacra que se encontravam espalhados pela cidade. Supõe-se que neste local terá existido a Igreja de S. Brás.