O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, defendeu esta terça-feira que estão reunidas as condições de segurança para a realização da concentração internacional de motos que se inicia quinta-feira e espera que o Governo tome uma decisão ainda “esta manhã”. O evento, organizado pelo Moto Club de Faro, conta com três dias de concertos, destacando-se a presença de nomes internacionais como os ingleses Sisters of Mercy e os dinamarqueses D-A-D, bem como os portugueses Xutos & Pontapés e Ana Moura.
“Esperamos que esta manhã o Governo possa tomar a decisão e delegue nos órgãos regionais a análise sobre a perigosidade e a decisão sobre a realização do evento”, disse Rogério Bacalhau à agência Lusa. O autarca afirma que se a concentração for proibida “será muito difícil realocar essas pessoas noutro local, que não há”. Segundo Rogério Bacalhau, “já há mais de 2 mil pessoas acampadas” nos locais previstos e esta terça-feira irão chegar mais pessoas de avião e muitas outras já estão no Algarve e a chegar durante o dia. São esperadas cerca de 25 mil pessoas.
Esta segunda-feira à tarde, o primeiro-ministro António Costa admitiu que a proibição de atividades nas áreas florestais é “geral” e que “obviamente, não é possível nestas condições climáticas abrir qualquer tipo de exceção”, informando que está a decorrer “um contacto com a organização dos eventos para garantir que não ocorre em área florestal” e que poderá ser necessário “reajustar os eventos a esta realidade”, justificou. Segundo Costa, é preferível adiar essas festas ou mudar a sua localização, mesmo que o setor da animação e espetáculos tenha sido dos mais massacrados nos últimos anos. As palavras usadas pelo chefe do governo são “relocalização” ou “reformatação” dos eventos, visando que se realizem no cumprimento da lei. Também o Super Bock Super Rock, marcado para o Meco, está em risco.
A 40.ª Concentração Internacional de Motos de Faro está agendada de quinta-feira a domingo em 34 hectares no Vale das Almas, a 500 metros do Aeroporto Internacional de Faro. De acordo com o presidente da autarquia, 14 hectares estão em área considerada florestal. “Do outro lado da estrada já é área urbana”, diz.
Em comunicado, a organização afirma que “foi removida toda a ramagem morta e em excesso em todo o perímetro, complementarmente com a limpeza meticulosa de todo o recinto” e foi montado “um posto de vigilância, em altura, com visibilidade de todo o espaço envolvente”. “Uma rede de energia alternativa complementa a rede pública, garantindo que nunca faltará energia elétrica no local, alimentando diversas bombas de captação, instaladas nos vários furos e tanques (passíveis de utilização por helicópteros de combate a fogos) existentes na propriedade”, pode ler-se. “Conta-se ainda o apoio de 5 camiões-cisterna de grande capacidade e 3 tratores com atrelados de rega, que permanentemente regam todo o recinto”.
- Texto: Blitz do Expresso, jornal parceiro do POSTAL, com Lusa