A mobilidade elétrica tem vindo a afirmar-se como uma alternativa cada vez mais viável em Portugal, fruto não só da crescente preocupação com o ambiente, mas também de motivos económicos que despertam o interesse de quem procura poupar no dia a dia. A Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) tem acompanhado esta evolução, divulgando mensalmente comparações detalhadas entre os custos dos veículos elétricos e dos veículos a combustão. Saiba qual o custo médio para andar 100 km, quer num carro elétrico, quer num veículo a combustão.
Diferenças que se notam no bolso
Segundo os dados mais recentes da UVE, citada pelo Notícias ao Minuto, o custo para percorrer 100 quilómetros com um carro elétrico varia conforme o tipo de carregamento utilizado. Se for feito em casa durante o horário económico de uma tarifa bi-horária, o valor ronda os 2,11 euros.
Já com tarifa simples, também em ambiente doméstico, o custo sobe para 3,19 euros. Quando o carregamento é feito na via pública, esse valor aumenta consideravelmente, situando-se nos 7,88 euros.
O cenário mais comum entre condutores
Tendo em conta um cenário médio em Portugal, onde 75% dos carregamentos são feitos em casa e os restantes 25% na via pública, o custo final por cada 100 quilómetros com um veículo elétrico fica nos 3,55 euros. Esta combinação traduz-se numa poupança evidente face aos veículos convencionais.
Em comparação, os veículos a gasolina implicam um custo de 9,83 euros por cada 100 quilómetros, enquanto os carros a gasóleo ficam pelos 7,60 euros, refere a mesma fonte. Mesmo com os aumentos nas tarifas elétricas, a diferença é clara e favorece quem aposta na mobilidade elétrica.
Mais do que combustível: incentivos e vantagens
Os benefícios de ter um carro elétrico vão além da poupança no carregamento. Há isenção de IUC e ISV, acesso a zonas de emissões reduzidas e estacionamento gratuito em algumas cidades.
São medidas que visam promover a adoção destes veículos e reduzir a pegada ambiental nas zonas urbanas.
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Não basta comparar preços
Ainda assim, há outros aspetos que merecem atenção, segundo o Notícias ao Minuto. O preço de compra, a autonomia do veículo, o tempo de carregamento e a disponibilidade de postos são fatores que influenciam a decisão. Cada condutor deve ponderar de forma realista as suas necessidades e hábitos de deslocação.
Uma ajuda prática para fazer contas
Para quem está a ponderar a transição, a UVE disponibiliza no seu site uma ferramenta que simula os custos associados aos veículos elétricos, ajustando os valores conforme os hábitos de carregamento e as tarifas escolhidas. Esta funcionalidade permite fazer contas com base na realidade de cada utilizador.
A mobilidade elétrica mostra claras vantagens em custos operacionais, sobretudo com carregamentos feitos em casa. No entanto, é essencial analisar a decisão com calma, considerando todos os elementos envolvidos. Poupar é importante, mas deve ser compatível com a realidade de cada pessoa.
Portugal e os carros elétricos
Portugal tem-se destacado a nível europeu na adoção de veículos elétricos, mas há um dado curioso que poucos conhecem: Lisboa foi a primeira capital europeia a ter uma rede pública de carregamento 100% interoperável, através da plataforma Mobi.E, refere o Jornal de Negócios. Isto significa que qualquer condutor pode utilizar os postos de carregamento da rede, independentemente do fornecedor de energia ou da empresa gestora do posto, algo que muitos países da Europa ainda estão a tentar implementar de forma plena.
Esta interoperabilidade foi um passo decisivo para tornar o carregamento elétrico mais simples e acessível, incentivando os consumidores a fazer a transição. A aposta precoce e estruturada nesta tecnologia permitiu que, já em 2025, Portugal registasse mais de 19 mil novas matrículas de veículos 100% elétricos apenas no primeiro trimestre do ano.
A mobilidade elétrica por cá não só avança depressa como, em certos aspetos, lidera o pelotão europeu.
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