Condutores que privilegiam trajetos curtos a baixa velocidade podem estar a comprometer o motor do automóvel sem se aperceberem. A situação, conhecida por técnicos da área como “peste negra”, resulta da acumulação de depósitos de carbono, um fenómeno que afeta milhares de veículos em circulação e que, segundo especialistas, é possível evitar com uma prática simples e gratuita: circular regularmente em autoestrada a velocidade estável e dentro dos limites legais.
De acordo com a empresa britânica de reparações Bumper, especializada em financiamento de reparações automóveis, a acumulação de resíduos de carbono ocorre quando o motor não atinge a temperatura ideal para queimar totalmente o combustível. Isto sucede frequentemente em veículos que são usados apenas para deslocações curtas e lentas, nomeadamente em meio urbano.
Depósitos acumulam-se em zonas críticas do motor
Com o tempo, o uso contínuo nestas condições leva à formação de depósitos negros nas válvulas, pistões e sistema de escape, comprometendo o desempenho e podendo, em casos mais graves, provocar falhas mecânicas. Estes resíduos, resultado da combustão incompleta, não são eliminados sem uma temperatura adequada no bloco do motor.
Consequências podem ser dispendiosas para o condutor
As implicações da chamada “peste negra” vão além da simples perda de eficiência. Segundo a fonte acima citada, há registos de situações em que os danos foram irreversíveis, obrigando à substituição integral do motor.
Estes casos podem facilmente ultrapassar vários milhares de euros em custos de reparação. Quando a “morte negra” obriga à substituição total do motor, os custos podem variar entre cerca de 3.000 € e 7.000 € nos casos mais comuns, podendo ultrapassar os 10.000 € em motores novos fornecidos pela marca e chegar acima dos 20.000 € em modelos de luxo ou reparações mais complexas.
Autoestrada como forma de prevenção
Motoristas são aconselhados a realizar, com alguma regularidade, percursos mais longos e contínuos em vias rápidas. Conforme a Bumper, conduzir durante cerca de 45 minutos a uma velocidade constante e moderada numa autoestrada é suficiente para que o motor atinja a temperatura ideal, evaporando a humidade interna e queimando os resíduos acumulados.
Sinais de alerta visíveis na manutenção básica
Outro sintoma comummente associado ao problema é a presença de espuma esbranquiçada no interior da tampa do óleo. De acordo com a mesma fonte, este sinal pode indicar condensação de água misturada com o óleo, algo típico de motores que não aquecem o suficiente por serem utilizados apenas em percursos curtos.
Combustível pode atuar como agente de limpeza
A pressão acrescida do combustível durante a condução em estrada pode contribuir para a eliminação dos resíduos, funcionando como agente natural de limpeza nas válvulas e segmentos dos pistões. Este efeito de “autolimpeza” só é eficaz quando o motor atinge a sua temperatura normal de funcionamento.
Motores modernos foram projetados para rotações mais elevadas
Os engenheiros automóveis projetaram os motores atuais para suportarem, ocasionalmente, regimes mais exigentes. Conforme a fonte citada, ao não se permitir que o motor funcione nessas condições, perdem-se benefícios importantes relacionados com a lubrificação interna e o desempenho térmico.
A Bumper alerta que, embora ofereça facilidades de pagamento para reparações imprevistas, a melhor solução é adotar medidas preventivas regulares. Neste caso, basta integrar na rotina algumas viagens em autoestrada para garantir o bom estado do motor e evitar avarias dispendiosas a longo prazo.
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