A chuva intensa transforma qualquer viagem num exercício de atenção. O que num dia seco parece simples, como travar, mudar de faixa ou fazer uma curva, torna-se um desafio quando o asfalto se cobre de água. A visibilidade diminui, o carro reage de forma diferente e os erros ganham consequências sérias. Entre os maiores perigos estão a aquaplanagem, a perda de controlo e as inundações repentinas, que exigem ao condutor uma leitura fria da estrada e uma preparação cuidada antes mesmo de sair de casa.
Antes de arrancar
De acordo com o Automóvel Clube de Portugal (ACP), as medidas preventivas começam muito antes de o motor ganhar vida. A segurança depende, muitas vezes, de pequenos gestos esquecidos no quotidiano. Verificar o estado dos pneus e das escovas limpa-vidros é tão essencial como confirmar o bom funcionamento das luzes e dos travões. São detalhes que podem fazer a diferença entre manter o controlo do carro ou perdê-lo num instante de distração.
A chuva não perdoa a pressa. Reduzir a velocidade e aumentar a distância para o veículo da frente são regras simples, mas eficazes.
Mesmo os condutores mais experientes podem ser surpreendidos por um lençol de água que transforma o asfalto num espelho escorregadio. Nesses casos, o ACP recomenda evitar travagens bruscas e movimentos repentinos do volante, porque a perda de aderência pode ser imediata.
Quando a estrada se cobre de poças profundas, o melhor é resistir à tentação de atravessá-las. O conselho é procurar uma alternativa segura ou esperar num local abrigado até que a chuva abrande. Às vezes, a melhor forma de seguir viagem é simplesmente parar.
O que evitar ao volante
Os erros mais comuns em dias de chuva são, também, os mais fáceis de evitar. O excesso de velocidade reduz o tempo de reação e aumenta a distância de travagem. Seguir demasiado perto do veículo da frente elimina qualquer margem de segurança. Usar o cruise control em piso molhado pode impedir que o condutor recupere o controlo numa situação de aquaplanagem.
Travões e volante devem ser usados com suavidade. Qualquer gesto brusco pode transformar um simples susto num despiste. Outro erro frequente é ignorar avisos meteorológicos e avançar por zonas com água acumulada, onde o risco de avaria ou de arrastamento é real.
Como reagir à aquaplanagem
Quando as rodas perdem contacto com o asfalto, o instinto de travar é o mais perigoso. O recomendado é manter o volante direito e levantar lentamente o pé do acelerador, até sentir que os pneus voltam a agarrar o piso. Se a visibilidade for muito reduzida, o ideal é encostar num local seguro, ligar as luzes de emergência e manter os médios acesos para continuar visível aos outros condutores.
Evite sair do veículo junto à berma, sobretudo em vias rápidas. Se houver sinais de avaria elétrica ou o carro deixar de responder, deve contactar assistência o mais depressa possível e permanecer dentro do automóvel com o cinto colocado até a ajuda chegar.
A decisão mais segura
Conduzir sob chuva forte exige prudência e preparação. Cabe às autoridades garantir vias seguras e drenagem adequada, mas é o condutor quem decide se a viagem deve continuar ou não. Em caso de cheias, o mais sensato é evitar atravessar caminhos inundados ou valas cuja profundidade se desconhece.
Segundo o ACP, a segurança começa na prevenção e na prudência ao volante. Às vezes, o gesto mais responsável não é acelerar, mas saber parar a tempo.
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