O recente debate em torno do aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos matriculados antes de julho de 2007 tem sido um dos temas mais discutidos no cenário político e automóvel. Contudo, é importante compreender que o IUC é apenas a ponta do iceberg quando se trata do cenário fiscal para os automóveis em Portugal.
Além do IUC, outros impostos estão a ser planeados para aumentar no próximo ano. São eles o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e o Imposto sobre Veículos (ISV). Esta perspetiva de aumento de impostos, como nos conta a Razão Automóvel, traz inúmeras questões em como irá afetar os proprietários de veículos e a indústria automóvel no seu todo.
Uma discussão particularmente importante, conta a mesma fonte, é o impacto dos veículos elétricos no sistema fiscal. Atualmente, os veículos elétricos estão também isentos de ISV e IUC, além de não contribuírem para as receitas do ISP ou da taxa de carbono devido ao uso de eletricidade.
No entanto, conta-nos a Razão Automóvel, esta situação pode mudar no futuro, e a discussão está aberta quanto à possibilidade de alterações nesse cenário.
No Orçamento do Estado de 2024 (OE 2024), a proposta de aumento do IUC visa principalmente equiparar a tributação de veículos com matrículas anteriores a julho de 2007 aos mais recentes, argumentando que os primeiros são mais poluentes.
Este aumento terá um impacto significativo nas despesas dos proprietários de veículos mais antigos, com uma limitação inicial de 25 euros no próximo ano, mas com um potencial aumento substancial ao longo dos anos.
Isto levanta questões importantes, como se alcançará o objetivo desejado de incentivar a renovação da frota automóvel em Portugal.
Uma notícia positiva no OE2024 está relacionado com o regresso dos incentivos ao abate de veículos. Esta é uma medida há muito solicitada pela indústria, diz-nos a fonte acima citada, mas que nunca foi totalmente implementada.
A discussão agora concentra-se nas condições de acesso a estes incentivos, garantindo que eles chegam às pessoas que mais precisam.
O cenário fiscal para os veículos em Portugal é complexo e em constante evolução, com implicações significativas para os proprietários de veículos e para o setor automóvel. O aumento do IUC é apenas o começo, e há muito mais a ser discutido nos próximos anos.
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