Depois de um período de relativa estabilidade nos últimos meses de 2024, o preço do azeite virgem extra volta a aumentar no início de 2025, com uma garrafa de 75 centilitros a ser comercializada por mais de 9 euros. O valor representa uma subida significativa face aos anos anteriores e reflete uma tendência que tem vindo a marcar o setor alimentar.
Escalada dos preços ao longo dos últimos anos
De acordo com dados da DECO PROteste, na primeira semana de fevereiro, o preço médio do azeite virgem extra atingiu os 9,22 euros, o que representa um aumento de 1,27 euros em relação à semana anterior. Há três anos, em janeiro de 2022, a mesma garrafa custava cerca de 4,46 euros, evidenciando um crescimento de mais de 100% no espaço de três anos.
Condições climáticas e fatores de mercado
O pico dos preços foi registado em abril de 2024, quando uma garrafa de 75 centilitros chegou a custar 12 euros. No entanto, a partir de maio do mesmo ano, os valores começaram a recuar ligeiramente, estabilizando abaixo dos 9 euros no final de 2024. A tendência de subida verificada no arranque de 2025 levanta novas questões sobre a evolução do mercado e os impactos no orçamento das famílias.
Os especialistas apontam para diversos fatores que explicam a escalada dos preços, desde as condições climatéricas adversas que afetaram a produção em países como Portugal e Espanha, até ao aumento dos custos de produção e transporte. A seca prolongada reduziu significativamente a oferta de azeite, provocando uma pressão ascendente sobre os preços no mercado internacional.
Expectativas para o futuro do setor
De acordo com a DECO PROteste, que monitoriza a evolução dos preços dos bens essenciais, o cabaz alimentar composto por 63 produtos registou um aumento de 2,61 euros na primeira semana de fevereiro, atingindo os 241,40 euros. Os dados indicam que, desde o início do ano, o acréscimo já supera os 5 euros, evidenciando os efeitos da inflação nos produtos básicos.
Com a nova campanha de produção de azeite prevista para o final de 2025, há expectativa sobre o comportamento dos preços nos próximos meses. Contudo, os produtores alertam que, mesmo com uma colheita favorável, dificilmente os valores regressarão aos patamares registados antes de 2022, devido às dinâmicas do mercado global e ao aumento dos custos ao longo da cadeia de abastecimento.
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