A reunião de instalação da Junta de Freguesia de Moncarapacho, realizada na segunda-feira, 27 de outubro, terminou sem acordo entre as forças políticas eleitas, levando ao adiamento do processo para o dia 3 de novembro.
Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, a coligação AD obteve 1405 votos (40,93%), contra 1117 votos (32,54%) do PS e 637 votos (18,56%) do Chega, elegendo 6 membros, face a 5 do PS e 2 do Chega, sem alcançar maioria absoluta.

O presidente eleito, Jorge Gonçalves Pereira, afirma que “encetei negociações com os dois partidos da oposição (PS e Chega), que se mostraram irredutíveis nas suas pretensões, exigindo lugares de topo no órgão executivo, não mostrando vontade em negociar outras alternativas.”
Segundo o autarca, o resultado das urnas “não foi essa a vontade da população, que elegeu o programa da AD para Moncarapacho, pelo que, como recomenda a democracia, as forças da oposição deveriam viabilizar quem foi eleito pelo povo, para a sua freguesia.”
No entanto, “após 20 tentativas de eleição e três horas de reunião”, o impasse manteve-se. Jorge Pereira explica que, “pelo meio ainda tentei chegar a acordo com a oposição, esbarrando sempre na sua intransigência”, motivo pelo qual o ato foi adiado “para que todos reflitam sobre a gravidade da situação que coloca em risco o normal funcionamento da Junta de Freguesia, com naturais prejuízos para a sua população.”
O presidente considera que “esta atitude é demonstrativa de ganância pelo poder e mau perder, não aceitando a vontade popular, nomeadamente por parte do Sr. João André, do PS, que bateu o pé pelo lugar de tesoureiro, quando coloquei outras possibilidades ao PS para outros cargos, quer no Executivo, como a própria presidência da Assembleia Geral.”
Acrescenta ainda que “contra a vontade do povo expressa nas urnas, essa atitude de ‘fome pelo poder’ e de índole pessoal do Sr. João André inviabilizou qualquer tentativa de acordo que levasse à aprovação da lista proposta pela AD.”
Caso o impasse se mantenha na próxima reunião, Jorge Pereira admite que “a solução será a instalação de uma Comissão Administrativa presidida por mim e, de acordo com a Lei, com os vogais do executivo anterior da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta, para dar continuidade administrativa.”
No entanto, avisa que o “passo seguinte, extremo, será solicitar à Comissão Nacional de Eleições a marcação de eleições intercalares para a Freguesia de Moncarapacho.”
O autarca sublinha que essa hipótese é indesejada: “Essa é uma solução que não queremos, porque causa graves constrangimentos de funcionamento da Junta de Freguesia devido às limitações nas competências de uma Comissão Administrativa, que se restringe à gestão corrente do dia-a-dia.”
Entre as iniciativas que ficariam comprometidas, Jorge Pereira aponta “a colocação em prática do nosso programa e a realização de iniciativas imediatas, como os Cabazes de Natal, e eventos como a Feirinha de Natal e o Carnaval de Moncarapacho.”
O presidente alerta ainda que o bloqueio político pode ter impacto financeiro, pois “atrasa os movimentos bancários de entrada e saída de dinheiro, o que pode levar à falta de pagamento a fornecedores e funcionários.”
Para concluir, Jorge Pereira deixa um apelo direto às forças políticas rivais: “Apelo ao bom senso dos partidos da oposição para que revejam a sua posição, sob pena de ‘asfixiar e fechar’ a Junta de Freguesia.”
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