A XXVI edição da Feira de Caça, Pesca, Turismo e Natureza realizou-se em Albufeira entre 5 e 7 de julho, tendo reunido profissionais, aficionados e curiosos.
Foram três dias repletos de atividades para diferentes gostos: exposições de animais, produtos e artefactos ligados à caça e à pesca; gastronomia; artesanato; demonstrações cinotécnicas; espetáculos equestres; concursos; reuniões entre dirigentes do setor e um colóquio sobre a importância da caça para a vigilância na sanidade animal.
A inauguração do certame contou com a visita do secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, que justificou a sua presença como um sinal de proximidade que o Governo pretende dar para com as empresas e as associações ligadas aos setores ali representados.
O governante enalteceu, ainda, o papel das autarquias e entidades regionais como parceiros fundamentais para concretizar uma política de gestão do território.
Também presente na inauguração, o presidente da Câmara Municipal, José Carlos Rolo, sublinhou a “abrangência do evento e a possibilidade de se poder contactar com várias realidades”.
Segundo o autarca, “esta feira serve também para mostrar que Albufeira é mais do que um destino turístico de sol e praia, uma vez que o interior do território tem paisagens e tradições que importa preservar e divulgar”.
Vítor Palmilha, presidente da Federação de Caçadores do Algarve, voltou a realçar “o facto de este ser um certame diferenciado de todos os outros do género, por ser mais abrangente, por estar localizado num destino central e de grande notoriedade, e por ser o único realizado no verão”.
O dirigente chamou a atenção para várias questões ligadas ao setor, “nomeadamente a necessidade de se regularizar a caça ao javali, por um período de dois anos”.
Na sua intervenção, Vítor Palmilha elencou uma série de ações que, no seu entender, são necessárias, tais como: “reinvestir no Centro de Competências para o Estudo, Gestão e Sustentabilidade das Espécies Cinegéticas e Biodiversidade com projetos palpáveis, que permitam uma gestão sustentada dos recursos cinegéticos; dar continuidade ao Programa ProROLA, um instrumento com um papel importante no crescimento da rola brava e que permitirá que se volte a caçar esta espécie em Portugal; introduzir de forma urgente uma moratória que permita a caça à rola turca, espécie que pode transmitir doenças a outras aves, incluindo a perdiz”.
O responsável realçou “a importância dos caçadores em várias áreas, nomeadamente o papel ativo no reaparecimento do lince ibérico e os protocolos realizados com várias autarquias do Algarve, que permitem a vigilância e a devida limpeza de largas faixas de terreno, fundamentais na prevenção de incêndios florestais”.
Realizado, mais uma vez, na chamada Praça do Lago da Marina de Albufeira, com “excelentes condições de acessibilidade”, o certame contou com mais de 200 expositores e a visita de, aproximadamente, 35.000 pessoas.
Muitos foram os visitantes que assistiram com entusiasmo, e até ao último segundo, à transmissão do jogo ‘Portugal-França’ a contar para o Euro 2024.
A animação musical também fez parte do programa, com as atuações de Micaela, dos Némanus, entre outros.
A Feira de Caça, Pesca, Turismo e Natureza foi organizada pela Federação de Caçadores do Algarve, Câmara Municipal de Albufeira e Marina de Albufeira.
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