Cerca de 20 pessoas concentraram-se ao início da tarde desta sexta-feira junto à Câmara de Silves para pedir o fim do desconforto ambiental provocado pelos fumos e ruídos decorrentes do funcionamento da corticeira do Grupo Amorim, naquele concelho.
A ação do grupo cívico composto por residentes na proximidade da fábrica teve como objetivo pressionar a Corticeira Amorim Cork Insulation (ACI) para resolver o problema, disse à Lusa um dos moradores.
A concentração foi convocada pelo grupo “Vizinhos da fábrica”, para a mesma hora em que no interior da Câmara decorria mais uma reunião periódica para apresentação do andamento do processo para a resolução do problema ambiental.
A emissão de fumos e o ruído da fábrica dedicada à produção de aglomerados de isolamento de cortiça e instalada no Vale da Lama, em Silves (Faro), tem motivado, há vários anos, queixas dos moradores pelos fumos e ruídos emitidos.
As queixas dos moradores motivaram a que o município de Silves tivesse tomado a iniciativa de servir de mediador entre a corticeira e os residentes, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e o Grupo Pestana, com um campo de golfe também afetado pelo fumo.
Nuno Neves, um dos moradores disse à Lusa que foi acordado entre todas as partes um calendário para o fim da emissão de fumos e do ruído, processo que quem um prazo de conclusão previsto até ao final do mês de agosto.
“Há muito tempo que recebemos a garantia dos representantes da Corticeira, mas o problema continua por resolver”, lamentou.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa em maio passado, a Corticeira Amorim confirmou que está a “cumprir com detalhe o plano estabelecido com as entidades oficiais e em que participaram os moradores”.
A empresa adiantou que, ao mesmo tempo, tem participado desde janeiro de 2021 nas diversas reuniões com a Câmara de Silves, CCDR/Algarve e representantes dos moradores “para informar e esclarecer sobre o andamento dos investimentos projetados, os quais serão benéficos para a empresa e para populações vizinhas”.
“Relativamente aos problemas de ruído, e após a realização de estudos especializados em 2022, foi estabelecido um plano de medidas corretivas, estando neste momento a serem resolvidas as três principais fontes de ruído da fábrica, estando uma delas já concluída e as outras duas em fase de licenciamento camarário”, lê-se na nota da Corticeira Amorim.