O Algarve está em “situação de alerta” devido à seca e o Conselho de Ministros aprovou uma verba de 26,65 milhões de euros para investir na adoção de medidas que visam garantir um aumento da disponibilidade de água no Algarve. Procura-se mais água para a região, no entanto, não é apenas a seca que está a limitar a existência deste recurso, mas também o facto de três municípios do Algarve serem os que mais consomem água em todo o país.
No topo da lista dos municípios portugueses que mais água consomem por habitante está Lagoa, seguindo-se Loulé e Albufeira. Os dados mais recentes são de 2021 e foram apresentados pela Pordata. O quarto lugar desta tabela não pertence ao Algarve, mas sim ao Alentejo, dado que, em Vila Viçosa, cada habitante consome, em média, 157 m3 de água. Ainda assim, a encerrar o Top5 dos municípios com maior consumo de água está Vila do Bispo, no Algarve.
Em comunicado, o município de Lagoa justifica os números da Pordata revelando que este concelho tem a “sétima maior oferta hoteleira do país”. Assim sendo, “nos meses de verão, entre população residente e flutuante, o concelho chega a acolher 100 mil pessoas”, pelo que a Câmara Municipal de Lagoa “considera, no mínimo, desonesto que esse consumo seja distribuído/dividido pelos 23.734 habitantes residentes”.
No mesmo comunicado, o município de Lagoa acrescenta que “durante quatro meses a população do
concelho multiplica por quatro o universo que está a ser utilizado para fazer a média do consumo de água”, pelo que o ranking apresentado dá “a ideia errada de que os Lagoenses pouco ou nada se preocupam com um bem essencial e tão escasso como a água”.
A seca deixa assim o Algarve em “situação de alerta” e os ministérios do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e Alimentação assumem num comunicado conjunto que o contexto atual “obriga à aplicação de medidas e ações extraordinárias que promovam uma maior eficiência, poupança e racionalização das reservas de água (superficiais e subterrâneas)” .
Em Conselho de Ministros foi aprovada uma verba de 26,65 milhões de euros para o desenvolvimento de medidas extraordinárias. Segundo aponta o Notícias ao Minuto, este valor inclui 12,4 milhões de euros para abastecimento público de água, 10 milhões de euros para o turismo, 350 mil euros para a agricultura e 2,9 milhões de euros para gestão, monitorização e fiscalização dos recursos hídricos.
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