O preço do azeite já era expectável que subisse este ano, derivado às condições climáticas adversas, incluindo temperaturas elevadas e a seca, no entanto, o aumento foi ainda maior do que se previa inicialmente. Recentemente, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem desmantelado diversos esquemas de azeite falsificado por todo o país. Isso inclui desde a venda ilegal de garrafões sem rótulos até à comercialização de óleo de bagaço de azeitona como azeite virgem extra.
Como saber se o azeite é falso ou não? Segundo o Executive Digest, “o azeite extravirgem adulterado é aquele em que o sumo da azeitona é diluído com outros óleos, como o de soja. A maneira mais simples de verificar se o produto que adquiriu é autêntico é pelo aroma. O extravirgem é produzido a partir de azeitonas frescas, logo, tem um aroma semelhante ao da própria fruta. Se detectar um odor parecido com óleo de cozinha, existe uma grande probabilidade de o seu azeite ser falso”.
Há ainda outra forma de confirmar se estamos perante um azeite falsificado. Basta congelar uma pequena quantidade num recipiente de gelo. Se ficar com uma consistência semelhante à da manteiga e mantiver a sua cor, trata-se de azeite extravirgem. Se não congelar e ficar com uma textura pastosa e esbranquiçada, é provável que seja falso. Isto ocorre porque o azeite adulterado muitas vezes contém óleo de soja na sua mistura, o que impede o congelamento.
Dicas para se proteger da compra de azeite falsificado:
- “Se o preço do azeite estiver muito abaixo da média de mercado, é motivo para desconfiar. A produção de azeite de qualidade tem os seus custos, e preços muito baixos podem indicar adulteração.
- Evite azeites que usam termos como “tempero português” ou “tempero espanhol”. Um azeite genuíno não é classificado como “tempero”.
- A data de produção, o local de origem e a procedência são indicadores de autenticidade. Produtos genuínos tendem a exibir essas informações de forma transparente.
- As marcas conhecidas têm uma reputação a manter. Optar por elas diminui as hipóteses de adquirir um produto falsificado.
- Azeites com certificações como Denominação de Origem Protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP) passaram por rigorosos controlos de qualidade e autenticidade”.
- A cor do azeite não é sinal de qualidade. Os mais esverdeados são feitos a partir de azeitonas mais verdes e os mais amarelados indicam que provêm de azeitonas mais maduras.
- Não se guie apenas pela acidez, pois este aspeto representa apenas um entre muitos parâmetros de qualidade do azeite.
- Em casa, guarde o azeite num local escuro com rolha esmerilhada e não demore muito a consumi-lo.
- Conserve o azeite em garrafas de vidro escuro ou de aço inoxidável, evitando o contacto com a luz. As de plástico não são recomendáveis devido ao risco de migração de certos compostos para o azeite.
- Guarde o azeite num local de conservação fresco e seco, longe da luz e do calor, evitando baixas temperaturas (pode ficar turvo e solidificar, o que dificulta a utilização). Afaste a garrafa de cheiros intensos, como especiarias”, explica o Executive Digest.
O azeite adulterado pode provocar problemas de saúde?
O consumo de azeites adulterados não representa uma ameaça direta à saúde. O grande problema está no facto de os consumidores serem enganados, afinal o produto é comprado como se de um azeite original se tratasse. Além disso, as versões falsas não possuem a mesma composição de nutrientes. Logo, não oferecem os benefícios alimentares de um azeite verdadeiro.
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