O tipo de sangue pode desempenhar um papel importante no risco de desenvolvimento de problemas de memória e raciocínio. Um estudo publicado na revista Neurology revelou que indivíduos com o tipo de sangue AB, menos comum na população, têm um risco 82% superior de desenvolver problemas cognitivos quando comparados com aqueles com o tipo de sangue O, o mais prevalente.
Os tipos de sangue distinguem-se pelas proteínas, ou antigénios, presentes nos glóbulos vermelhos. Enquanto o tipo de sangue A tem o antigénio A, o tipo AB possui ambos os antigénios A e B, e o tipo O não apresenta nenhum. Este estudo destacou a relação entre o tipo de sangue AB e níveis mais elevados de uma proteína de coagulação chamada Fator VIII, que está associada a declínio cognitivo e demência.
Explica a Leak que, segundo Mary Cushman, autora do estudo, “o tipo sanguíneo também está relacionado com outras doenças vasculares, como o AVC, sublinhando as ligações entre os problemas vasculares e a saúde cerebral”. Este fator é particularmente relevante, uma vez que a inflamação e o fluxo sanguíneo para o cérebro desempenham papéis cruciais no declínio cognitivo e na demência vascular.
No entanto, o estudo não implica que todas as pessoas com tipo de sangue AB desenvolverão demência ou outros problemas relacionados com memória. Estudos adicionais, como uma análise de 2015 publicada na PLoS One, que envolveu 1,5 milhões de participantes, sugeriram que o tipo sanguíneo pode não ter uma ligação direta e consistente com a demência. Algumas descobertas até indicaram que pessoas com tipo A tinham menor risco de declínio cognitivo em idades avançadas.
Apesar destas diferenças, uma análise de 2022 na revista Neurology destacou que os tipos de sangue A, B e AB estão associados a níveis mais elevados de proteínas que afetam a coagulação e inflamação, fatores que podem contribuir para o declínio cognitivo.
Embora mais estudos sejam necessários para compreender plenamente esta relação, os resultados reforçam a importância da investigação sobre os fatores vasculares e genéticos associados à saúde cerebral. Conhecer estas associações pode ajudar a informar estratégias de prevenção e intervenção no futuro.
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