Na última avaliação de risco feita pelo Governo, no início deste mês, foram identificados 19 concelhos do Continente com mais de 120 novos casos por 100 mil habitantes, ou seja, acima do limiar de risco da incidência. Uma semana depois dessa avaliação, 15 dos 19 concelhos ainda se mantinham acima dessa linha, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), referentes ao período entre 24 de março e 6 de abril, divulgados na passada sexta-feira.
Esta é a lista do 15 concelhos em maior risco: Alandroal, Albufeira, Beja, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Lagoa, Marinha Grande, Moura, Odemira, Penela, Portimão, Ribeira de Pena, Rio Maior, Vila do Bispo e Vimioso. Cinfães, Figueiró dos Vinhos, Borba e Soure conseguiram reduzir o número de casos ao ponto de saírem da lista.
O Governo vai voltar a avaliar a situação de risco do Continente na próxima quinta-feira, 15 de abril, e deverá usar dados mais atualizados do que os agora divulgados. Portanto, ainda não é certo quais serão os locais que poderão nessa altura não ter mesmo recuperado a sua situação. Além disso, os autarcas alertaram para o efeito que este indicador (novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias) pode ter em concelhos com menos população, uma vez que, nestes locais, basta um número muito reduzido de novas infeções para superar a linha vermelha.
Esse argumento levou o primeiro-ministro a reconhecer a necessidade de se avaliar cada caso consoante a sua realidade. Ainda assim, entre os 15 concelhos que se mantêm no vermelho há nove com mais de 20 mil habitantes, como é o caso de Portimão, Albufeira, Figueira da Foz, Marinha Grande e Beja, por exemplo.
NÚMERO DE NOVOS CASOS POR 100 MIL HABITANTES
Incidência cumulativa a 14 dias, entre 24 de março e 6 de abril
Além destes 15 concelhos, há mais sete no Continente que estão acima deste patamar de risco (Almeirim, Barrancos, Miranda do Corvo, Paços de Ferreira, Penalva do Castelo, Porto de Mós e Vila Franca de Xira). Juntando ainda as regiões autónomas, que se regem por regras e planos de desconfinamento diferentes dos do Continente, conta-se um total de 29 municípios em todo o país acima deste patamar.
Apesar de o número de concelhos a vermelho estar a aumentar, há 279 municípios abaixo desse patamar de risco. Comparando com o anterior boletim da DGS, o número de casos aumentou em 112 concelhos (de semana para semana vai crescendo a quantidade de municípios com tendência crescente), ficou estável em 73 e subiu em 123.
A 6 de abril, o concelho de Lisboa estava com 89 casos por 100 mil habitantes e o Porto com 78 casos por 100 mil.
PESQUISE POR CONCELHO
Mais de dois terços do país (222 concelhos) estão pintados a verde por terem menos de 60 novos casos por 100 mil habitantes. E contam-se agora mais três nesta situação, comparando com os dados divulgados na semana passada. Guimarães, Santa Maria da Feira, Maia, Leiria, Cascais, Seixal ou Loures são alguns dos concelhos mais populosos do país com menos de 60 novos casos/100 mil habitantes.
Há também mais concelhos sem casos: são agora 59. Seia, Salvaterra de Magos e Azambuja, os três com mais de 20 mil habitantes, não tiveram nenhum caso entre 24 de março e 6 de abril.
AÇORES
Nos Açores, há três concelhos acima do limite dos 120 novos casos: Ponta Delgada (128), Vila Franca do Campo (271) e Nordeste (576). Ilhas como Corvo, Flores ou Faial não têm nenhuma nova infeção.
MADEIRA
A região da Madeira tem quatro concelhos (Machico, Santana, Porto Moniz e Santa Cruz) com mais de 120 novos casos, sendo a pior situação do país a do Machico (470), ligeiramente abaixo da semana passada.
Embora neste boletim a DGS já não faça referência aos atrasos nas notificações no SINAVE, que deram origem a uma concentração de novos registos de casos em poucos dias e alteraram os indicadores, vários concelhos da região autónoma da Madeira continuam a refletir uma situação mais agravada em comparação com outras regiões.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso