Um relatório recente do Centro de Farmacovigilância de Navarra (CFN), em Espanha, identificou 11 casos de “Síndrome do Lobisomem” em bebés na Europa. Esta condição, também conhecida como hipertricose, caracteriza-se pelo crescimento anormal de pelos em excesso em áreas do corpo onde normalmente não ocorrem, como rosto, costas, pernas e braços.
A investigação, diz a Euronews, revelou que a exposição ao minoxidil, um medicamento utilizado para tratar a calvície, foi o fator comum entre os casos reportados. Este medicamento, destinado a estimular o crescimento capilar, pode ser administrado por via oral ou aplicado diretamente no couro cabeludo como solução tópica.
O primeiro caso desta “Síndrome do Lobisomem” foi detetado quando, na Europa, os médicos observaram um bebé que, em dois meses, apresentou crescimento excessivo de pelos em várias partes do corpo, como costas e coxas. A análise revelou que o pai do bebé, que tinha estado em contacto próximo com a criança enquanto utilizava o minoxidil tópico, foi o provável vetor de exposição. Após interromper o uso do medicamento e o contacto com o bebé, os sintomas regrediram completamente.
O CFN ampliou a sua investigação, analisando bases de dados como o Sistema Espanhol de Farmacovigilância e a EudraVigilance, da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Estes dados confirmaram outros casos semelhantes em bebés cujos cuidadores estavam a utilizar minoxidil tópico.
Os especialistas sugerem duas formas possíveis de transmissão do medicamento: contacto direto com a pele ou ingestão acidental por via oral. A pele dos bebés, mais fina e sensível do que a dos adultos, facilita a absorção de medicamentos tópicos, o que aumenta o risco de exposição.
Com base nestas descobertas, o Comité Europeu de Avaliação do Risco de Farmacovigilância (PRAC) atualizou os folhetos informativos dos medicamentos contendo minoxidil. Estes agora incluem avisos sobre o risco de crescimento excessivo de pelos em bebés após contacto com áreas tratadas com o produto.
Este caso serve como alerta para os potenciais riscos associados ao uso de medicamentos tópicos em ambiente doméstico, especialmente em situações de contacto direto com bebés ou crianças pequenas.
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