“Amado por uns, odiado por outros, muito se diz e escreve sobre o café e os seus benefícios e malefícios. Nem tudo é mentira, nem tudo é verdade”, começa por esclarecer um artigo da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumir.
Sobre os efeitos positivos que “pode retirar de um consumo diário de café para o seu organismo”, a Deco aponta vários benefícios desta bebida.
“Contendo o café cafeína, uma substância estimulante que atua sobre o sistema nervoso central, o consumo moderado está relacionado com alguns benefícios para o organismo”, começa por explicar a Deco.
Diminuição do cansaço e da sensação de fadiga, melhoria da capacidade de concentração e do estado de alerta são alguns deles. Todavia, a Deco ressalva que, “apesar de estes efeitos serem comummente relacionados com a cafeína, ainda não existem alegações de saúde autorizadas pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, do nome em inglês European Food Safety Authority) para esta substância”.
Pelo que, “aquilo que parece estar cientificamente comprovado é que a cafeína causa adição, ou seja, quem consome muito café sente falta desta substância”. Apesar destas pessoas sentirem que “a cafeína melhora o seu rendimento ou o ânimo”, o que acontece é que “o organismo regressa à normalidade depois de um período de abstinência.”
Os amantes de café são muitos, “de tal forma que dizem não conseguir começar o dia sem o tomar. É como uma espécie de combustível, que ativa o metabolismo e fornece energia para enfrentar os desafios diários”. Ou pelo menos assim parece, pois “quando deixa de tomar café, o consumidor sente uma redução do tónus geral, que é recuperado quando volta a ingerir uma nova dose de cafeína”.
Que quantidade de cafeína é seguro ingerir diariamente?
A sensibilidade à cafeína varia muito de pessoa para pessoa. Enquanto algumas têm uma grande tolerância a esta substância, outras são muito sensíveis aos seus efeitos. No entanto, “considera-se que a ingestão diária de dois ou três cafés não tem efeitos negativos”, no geral das pessoas.
Segundo a EFSA, eis algumas doses de referência consideradas seguras:
- Até 400 mg (6 mg por quilo de peso corporal) de cafeína ao longo do dia para um adulto saudável;
- Até 200 mg (3 mg por quilo de peso corporal) ao longo do dia para mulheres grávidas e a amamentar;
- O consumo de cafeína é desaconselhado para crianças e adolescentes.
A Deco relembra ainda que é preciso ter em consideração que “a cafeína não provém apenas do café, pelo que o cálculo deve ter em conta todas as fontes de cafeína ingeridas ao longo do dia. Pode acontecer até nem saber que está a consumir cafeína (num medicamento, por exemplo)”.
Nos medicamentos, “a cafeína é utilizada pelo seu efeito estimulante. Por exemplo, para compensar o efeito de sonolência e sedação produzidos pelos anti-histamínicos nos medicamentos antigripais. É também utilizada em associação com alguns analgésicos comuns (por exemplo, aspirina, paracetamol, ibuprofeno), uma vez que pode contribuir para aumentar o efeito de alívio da dor”.
No caso do café, a própria quantidade “varia muito em função do tipo de grão de café. A variedade robusta tem cerca do dobro da cafeína da arábica”, por exemplo.
Porque parece que o café “dá asas”?
Entre o que é real e o que é mito no que diz respeito aos benefícios do café para o organismo, a Deco começa por enumerar os efeitos da substância estimulante que é a cafeína do café e que são os seguintes:
- Estimulação do sistema nervoso central;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Ansiedade;
- Tremores;
- Insónias;
- Contração dos músculos em redor dos vasos sanguíneos do cérebro (com efeitos benéficos em episódios de enxaqueca);
- Estimulação do músculo esquelético e da respiração;
- Aumento da secreção gástrica.
Sendo que, além do café, também certos chás, bebidas de cola e outros refrigerantes, bebidas energéticas, chocolate, leite achocolatado e medicamentos também cafeína.
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