Vila Real de Santo António é hoje uma sombra do que era em 2005
P – O que é que o motivou a apresentar-se como candidato à Câmara de Vila Real de Sto António?
R – As razões são várias e resultam de um forte apelo que senti por parte da população nos últimos anos. O trabalho que desenvolvo há mais de vinte anos em VRSA proporcionou um contacto direto com as pessoas. Oiço atentamente o pulsar da população com quem partilho as preocupações e os anseios, o que fez despertar em mim um sentido de missão e colocar ao serviço da autarquia a experiência que adquiri no decurso de mais de duas décadas de gestão pública. O município precisa de uma liderança estável e forte. Uma liderança que sirva os munícipes com a eficácia e o rigor que merecem.
P – Que avaliação faz de 16 anos de gestão autárquica do PSD?
R – Vila Real de Santo António é hoje uma sombra do que era em 2005: um concelho moribundo, que é falado pelas piores razões. A gestão de Luís Gomes e São Cabrita deixou-nos o município mais endividado do país, um turismo estagnado e um panorama económico e social empobrecido. Factos que transformaram a gestão PSD, de Luís Gomes e São Cabrita, na pior da história de VRSA. Uma gestão despesista, irresponsável, que penhorou o concelho com contratos ruinosos, como os da água ou dos parquímetros, que vão vigorar nas próximas décadas e lesar gravemente os vila-realenses.
P – O anterior presidente apresenta-se novamente como candidato do PSD à presidência da câmara. Como vê este regresso?
R – Os tempos são de mudança. Luís Gomes deu todas as provas para sabermos qual seria a sua política: continuar a gastar para não vermos nada. É preciso dizê-lo claramente: queremos o nosso concelho de volta! As pessoas sabem como ele conduziu os destinos e a imagem da nossa terra. Os vila-realenses estão hoje mais pobres e desgostosos de viver na sua terra. O seu regresso seria a machadada final no futuro do concelho. É preciso virar a página. Vila Real de Santo António vai mudar.
O PS vai fazer muito mais, gastando muito menos!
P – Uma das críticas que são apontadas a Luís Gomes, é que deixou a câmara em 2017 numa situação de bancarrota. Património ou bancarrota?
R – Bancarrota, sem dúvida! Os números que Luís Gomes apresenta não nos merecem credibilidade. O que aconteceu na realidade – e é preciso que os vila-realenses saibam – é que ele se limitou a valorizar um património que já existia antes de 2005. Ele fez o exercício simples, mas intelectualmente desonesto, de somar tudo o que existia muito antes de ele chegar à câmara e proclamou-se o autor de todos os investimentos que já tinham sido feitos pelos executivos anteriores ao seu. A sua gestão resultou na adesão compulsiva a 4 planos para a regularização da dívida, que o próprio contraiu e, não só não cumpriu, como ainda fez com que a dívida aumentasse exponencialmente sem medir consequências.
No preâmbulo do acordo com o Fundo de Apoio Municipal (FAM), o município admitiu em 2012 que havia entrado em rotura financeira e viu-se obrigado a elaborar não um, mas quatro planos de resgate para apoiar a economia local e reequilibrar as dívidas à banca, num total de 74 milhões de euros. Estes planos foram sistematicamente incumpridos e a dívida foi crescendo ininterruptamente. O resultado dessa gestão ruinosa e dos sucessivos incumprimentos obrigou o Município a pedir o quarto resgate, que está neste momento a ser renegociado, porque foram encontrados 9,2 milhões de euros em faturas não registadas.
Luís Gomes afirma ter investido 65 milhões de euros em esgotos, mas 30 milhões foram investidos antes de 2005. Dos restantes 35 milhões, o município usufruiu de uma comparticipação comunitária acima dos 70%. O valor real do investimento ronda os 7 milhões de euros. A sua argumentação baseia-se em atirar números para o ar, jogando com o natural desconhecimento das pessoas. Mas a verdade está à vista de todos: o legado que nos deixou é ruinoso.
P – O que é que a sua candidatura pode trazer de diferente da gestão de 16 anos do PSD?
R – Tudo, basicamente. O projeto do Partido Socialista para VRSA, que eu lidero, distancia-se em tudo do que foi a gestão de Luís Gomes e São Cabrita nos últimos 16 anos. Queremos empreender, desde logo, uma política de contas certas, em que a transparência, a responsabilidade e o rigor imperam. Uma gestão honesta e com respeito por todos. Criar uma fiscalidade amiga das famílias. Cuidar das pessoas e do património vila-realense, preservá-lo e desenvolvê-lo. Apoiar os empresários para estimular a economia local, aproveitar os nossos recursos sem gastar dinheiro em projetos megalómanos. O PS vai fazer muito mais, gastando muito menos!
Vamos valorizar a nossa terra e os vila-realenses
P – Quais os objetivos no que diz respeito: a) – resultados eleitorais? b) – grandes projeto ou prioridades para o concelho nos próximos quatro anos?
R – Vila Real de Santo António anseia por momentos de mudança, que se sentem em cada esquina das três freguesias do concelho.
As pessoas reconhecem no PS e no líder deste projeto todas as capacidades para concretizar a mudança e por isso vamos vencer as próximas eleições! É nossa prioridade a reabilitação urbana para devolver a identidade ao concelho. Apostar numa gestão de rigor e transparência. Atrair a juventude, que abandonou o concelho nos últimos 16 anos. Reorganizar o espaço público. Criar habitação acessível a quem vive e trabalha aqui. Captar investimento para a nossa terra e criar condições para as empresas. Apostar na educação e na cultura e priorizar a ação social apoiando quem precisa, através de mecanismos de criação de emprego e de inclusão social. Apostar na formação dos nossos quadros. Transformar VRSA num concelho inclusivo e sustentável, orgulhoso da sua identidade e do património que possui, não só pela sua localização geoestratégica, mas pelas pessoas que aqui vivem. Vamos valorizar a nossa terra e os vila-realenses. VRSA vai mudar!