O dirigente distrital do PSD/Algarve Henrique Ascenso Gomes apelou hoje a Luís Montenegro que faça “tudo ao contrário” do presidente cessante Rui Rio, lamentando o afastamento do parlamento de “alguns dos melhores” nas últimas legislativas.
“Mandaram para a bancada dos suplentes alguns dos melhores parlamentares que o PSD teve na minha geração: refiro-me, por exemplo, a Cristóvão Norte, Duarte Marques, Emídio Guerreiro, Pedro Rodrigues”, criticou, no segundo dia dos trabalhos do 40.º Congresso, na fase de discussão política.
Henrique Ascenso Gomes apelou a Montenegro para que acabe “de vez com a sede vacante” em que considera ter vivido o PSD nos últimos cinco meses, desde a derrota nas legislativas de 30 de janeiro.
“Agora é fazer tudo ao contrário, ouvir as bases e os portugueses”, apelou, na primeira crítica clara à anterior direção de Rui Rio, que já não está hoje no Congresso
Este militante sublinhou que o Congresso do PSD “já não é capa de jornais” e deixou de ter o mesmo espaço nas televisões, questionando se continuará a fazer sentido fazer uma reunião magna “apenas de aclamação”.
Antes, o antigo cabeça de lista do PSD pelo círculo da Europa Carlos Gonçalves – que foi afastado nas últimas legislativas pela direção de Rui Rio, num círculo em que o partido ficou sem deputados – manifestou confiança de que a eleição de Luís Montenegro representará “um novo tempo” e um sinal de esperança para as comunidades.
“Mais do que fazer balanços, é preciso fazer ressurgir o PSD numa área em que durante décadas conquistou uma justa hegemonia”, apelou.
Em concreto para a área das comunidades, Carlos Gonçalves apelou à alteração da legislação eleitoral, com a possibilidade de incluir o voto eletrónico on line, e adaptar a representação parlamentar ao crescimento da população nos círculos da emigração.
Perante o púlpito do Congresso, que decorre até domingo no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, passou um congressista a dizer que a eleição de Luís Montenegro já faz “tremer as pernas” ao Governo e outra a antever o novo líder como primeiro-ministro e Pedro Passos Coelho como Presidente da República.
Um militante de Sintra, Simão Ruivo, apelou ao novo líder que siga os princípios do fundador Francisco Sá Carneiro – sempre muito citado nos Congressos do PSD -, mas “sem carneirismo”.