É frustrante ver como as promessas de proteção ambiental e da biodiversidade se perdem no vazio. Portugal, que tanto se vangloria do seu compromisso com o ambiente, chega à COP16 da Biodiversidade sem um plano concreto para mostrar, como noticiado ontem pelo jornal Público. Fala-se tanto de metas ambiciosas, mas na hora de apresentar resultados, faltam ações.
Onde está o verdadeiro compromisso? É fácil assinar tratados, é fácil discursar, mas a natureza não se alimenta de palavras. Estamos a assistir ao colapso da biodiversidade, com espécies a desaparecer, habitats a serem destruídos, e parece que tudo o que temos para oferecer são boas intenções sem substância. Portugal, que deveria estar na vanguarda da conservação, falha em mostrar liderança ao não apresentar um plano sólido num evento global como a COP16.
Vivemos num mundo fragmentado, limitados pelas nossas rotinas e realidades urbanas, esquecendo muitas vezes que somos parte integrante de um ecossistema global. Este ecossistema, composto por incontáveis habitats interligados, sustenta a nossa casa comum: o planeta Terra. A ausência de um plano concreto de Portugal para a COP16 revela o nosso distanciamento das verdadeiras prioridades planetárias. Perder a noção da nossa conexão com o tempo, o espaço e a vida que nos rodeia é um erro profundo. Assim como num jogo de xadrez, onde cada peça tem o seu papel crucial, todas as formas de vida, grandes ou pequenas, são essenciais para a sobrevivência da humanidade e do próprio planeta. Ignorar esta interdependência é comprometer o futuro de todos.
Este é o momento de agir, de proteger o que é nosso e de assumir a responsabilidade. Precisamos de políticas concretas, de ações firmes. Não podemos continuar a assistir de braços cruzados enquanto o nosso património natural se esgota. A biodiversidade é o nosso legado, e se não agirmos agora, corremos o risco de deixar apenas o vazio para as gerações futuras. Basta de boas intenções. Precisamos de soluções.
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