Já parou alguma vez, para pensar e sentir, que peso tem esta ideia do perfeito em si, no seu desenvolvimento enquanto humano sensível e pensante?
Quantas vezes nos repreendemos a nós mesmos por algo que fizemos ou por como o fizemos, ou porque não o fizemos de todo?
Quantas vezes nos `castigamos´ através das palavras que proferimos a nós próprios, sejam elas faladas, ou simplesmente pensadas?
Que tão pouco amáveis e gentis somos connosco mesmos?
Como se sente quando se levanta pela manhã? Sente-se forte e cheio(a) de energia, ou sente-se cansado (a) e cabisbaixo (a)?
Qual o tipo de pensamento que surge quando acorda? É algo que o(a) faz saltar da cama, com energia e alegria, ou deseja ficar lá mais um pouco porque nem quer pensar no que o(a) espera hoje?
E por outro lado, que classe de discurso usa quando olha no espelho pela manhã? – É um discurso castigador, punitivo, desmotivado e passivo?! Ou é um discurso positivo, motivador e impulsionador?!
Todo este tipo de questões são importantes para perceber-mos como encaramos a vida no dia-a-dia e como irá vibrar a nossa energia.
Repare que se ficar numa posição de negatividade, passividade ou desânimo, o dia será certamente mais difícil de levar até ao fim – pois é isso que se vibra e é isso que se atrai.
Sem sabermos acabamos por nos boicotar nos nossos afazeres, pois já estamos à espera desde o início do dia, que será um dia pouco feliz.
É bom, sermos exigentes e querermos dar mais de nós, porque sabemos que somos capazes e que podemos conquistar mais, crescer mais, evoluir mais, alcançar mais.
Esse movimento de pensamento, “críticas”, ações e atitudes de empenho, força e vontade, não são mais nem menos, do que aquilo que nos alimenta a alma e a mente para nos sentirmos empoderados, felizes, alegres e realizados, nas varias áreas da vida. E isso é o melhor proveito que podemos obter da nossa autoexigência.
No entanto, se a forma de pensar, falar e exigir é no movimento do querer mais porque isso que se fez está mal, ou não foi suficiente, então corre-se o risco de entrarmos num circuito de autocrítica negativa que pode ser destruidora.
Não se está a reconhecer o esforço que o sujeito implicou na sua ação, não se reconhece os pontos fortes da pessoa, simplesmente o foco vira-se para o que falta e por consequência poderão surgir sentimentos de culpa, ideias de incapacidade, de não ser suficientemente bom…
Todo este aglomerado de pensamento, sentimentos e emoções negativas e, por vezes, muitas outras incapacitantes, fazem com que ao mesmo tempo, o indivíduo afete negativamente a sua autoestima e a sua autoconfiança. Faz com que sinta que ele não é uma mais valia para a sociedade, para a sua família, para seu trabalho, acabando por perder o seu amor-próprio, deixando de respeitar a sua essência de amor, de poder pessoal, de concretização, passando a viver na culpa, na necessidade de aprovação dos outros, na frustração e até mesmo na revolta e na insatisfação.
Em definitiva deixa de amar-se, cuidar-se e respeitar-se, correndo o risco de adoecer, física, mental e emocionalmente.
Sermos conscientes de que precisamos de ter algum cuidado na forma como nos tratamos a nós próprios e perceber que é importantíssimo cuidar da forma como falamos connosco próprios, transformará paulatinamente a nossa realidade.
E se o que queremos é uma realidade livre, leve, alegre, feliz e em paz, então comecemos a cuidar de nós, da nossa mente, e a libertarmo-nos daquelas palavras e pensamentos que proferimos a nós mesmos num tom punitivo ou culpabilizador.
Aceitemos que somos o que somos, que dentro disso já somos perfeitos – mesmo com as nossas `imperfeições’, e que cada dia que começa é uma nova oportunidade para melhorarmos naquilo que sentimos que precisamos melhorar. Mas sempre numa intenção de carinho e compreensão, para nos sentirmos e vivermos mais felizes e equilibrados, em nós mesmos e com os outros.
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