A tempestade (depressão) Bram está a agravar o estado do tempo em Portugal esta terça-feira, levando o IPMA a emitir avisos amarelo e laranja no Continente e na Madeira devido à combinação de precipitação forte, rajadas de vento e agitação marítima. O cenário mais crítico concentra-se na faixa costeira e em períodos de chuva intensa, com impacto previsto até à madrugada de quarta-feira, 10 de dezembro.
O IPMA explica que a depressão está associada a uma frente fria de atividade moderada a forte, que atravessa o território de noroeste para sudeste a partir da tarde de hoje, chegando ao Sul sobretudo durante a madrugada e manhã de quarta-feira.
De acordo com o site especializado em meteorologia Meteored, entre os principais fatores de risco da tempestade Bram, destaca-se o mar: há aviso laranja para agitação marítima nos distritos de Porto, Viana do Castelo e Braga, com ondas que podem ser muito elevadas, passando depois a amarelo até quarta-feira de manhã. Noutras zonas costeiras, mantêm-se avisos amarelos, incluindo no litoral Centro e Sul.
Chuva intensa em “janelas” e vento forte no litoral
Ao longo do dia, a chuva mais intensa começou por afetar o Norte e o Centro, mas o risco desloca-se em direção ao Centro e Área Metropolitana de Lisboa durante a tarde, com possibilidade de aguaceiros fortes e acumulados relevantes em curtos períodos, sobretudo na passagem do setor mais ativo da frente.
O vento sopra de sudoeste com intensidade moderada a forte, com rajadas mais significativas nas zonas costeiras e em áreas expostas, aumentando o risco de queda de ramos, objetos soltos e dificuldades na condução, sobretudo em vias rápidas e travessias mais abertas ao vento.
A agitação marítima é, neste episódio, um dos elementos mais preocupantes, com potencial para galgamentos costeiros e zonas perigosas junto à orla. O IPMA e vários meios nacionais sublinham que a situação pode justificar especial cautela em molhes, arribas, passeios marítimos e áreas de rebentação.
Sul mais afetado na madrugada de quarta-feira
A passagem do sistema deverá tornar-se mais relevante no Sul durante a madrugada de quarta-feira, com chuva persistente por vezes intensa, e com tendência para melhoria gradual à medida que a frente se afasta para leste durante a manhã.
Esta sequência é típica de frentes rápidas: períodos de chuva forte e vento mais ativo, seguidos de abertas e descida de temperatura, embora com aguaceiros pontuais ainda possíveis após a passagem do núcleo principal.
Para além do impacto direto, as autoridades costumam alertar para efeitos indiretos: lençóis de água, arrastamento de detritos, queda localizada de árvores e condicionamentos em zonas costeiras e ribeirinhas, sobretudo quando a precipitação ocorre de forma concentrada.
Madeira com aviso laranja por precipitação (e risco de trovoada)
Na Madeira, a frente associada à tempestade Bram motivou aviso laranja para precipitação na costa Sul e regiões montanhosas, com risco de chuva forte e persistente, podendo ocorrer trovoada, segundo informação divulgada por órgãos regionais e pelo IPMA.
A par da chuva, mantém-se também a atenção ao mar, com aviso amarelo em várias áreas, numa altura em que a combinação de ondulação e vento pode agravar a perigosidade junto à costa, sobretudo em zonas mais expostas.
O IPMA esclarece ainda que “BRAM” é o nome atribuído pela Met Éireann (serviço meteorológico irlandês) a esta depressão, integrada num padrão atlântico que transporta ar muito húmido, favorecendo episódios de precipitação intensa.
O que esperar depois: melhoria e nova frente no horizonte
Após a saída da frente principal, a tendência aponta para melhoria na quarta-feira, com redução da chuva e do vento em muitas zonas, embora a situação do mar possa demorar mais a acalmar, como costuma acontecer após episódios de agitação marítima mais forte.
Ainda assim, e segundo o Meteored, a estabilização não deverá ser duradoura: há indicação de que uma nova frente atlântica poderá aproximar-se mais para o final de quinta-feira, voltando a aumentar a probabilidade de precipitação no litoral Norte e noroeste.
Para já, a recomendação prática mantém-se: acompanhar os avisos do IPMA, evitar aproximação a zonas costeiras expostas durante a agitação marítima, conduzir com prudência em períodos de chuva forte e garantir que objetos em varandas e exteriores ficam bem presos.
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