Os produtos de marca branca representam já uma fatia relevante das escolhas dos consumidores portugueses, sobretudo pela diferença de preço face às marcas originais. De acordo com o portal dedicado a notícias de economia, Contas Poupança, cerca de metade dos artigos adquiridos nos hipermercados nacionais são produzidos por empresas cuja identidade permanece, na maioria das vezes, desconhecida para quem compra.
Segundo a mesma fonte, a confidencialidade em torno destas parcerias comerciais resulta tanto do interesse das marcas de renome em proteger o seu mercado como da intenção dos hipermercados em preservar a autonomia das suas gamas próprias. Ainda assim, existem formas de perceber qual foi a última empresa a embalar ou a manipular determinados produtos.
Como identificar a origem
Escreve o site que essa pista está no símbolo oval que aparece na embalagem, com letras e números. Trata-se da “marca de identificação” atribuída pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, e corresponde ao estabelecimento que manipulou o produto. A informação aplica-se a artigos de origem animal, como carne, peixe, laticínios e mel.
Acrescenta a publicação que, mesmo quando um artigo de marca branca é fabricado nas mesmas instalações das marcas originais, podem existir diferenças. Peso, espessura, ingredientes ou até o posicionamento como “segunda escolha” são variáveis que distinguem o produto final, embora os procedimentos de controlo de qualidade sejam comuns.
Exemplos encontrados nos hipermercados
Refere a mesma fonte que, à data do artigo publicado, os lombos de bacalhau congelados vendidos sob marca branca no Auchan e no Continente eram embalados pela Riberalves, enquanto no Pingo Doce a fornecedora era a Pascoal. No leite meio-gordo, o Continente trabalhava com a Lactogal, responsável também por marcas, como a Mimosa, Gresso e Agros; o Auchan recorria à Parmalat; e o Pingo Doce à Terra Alegre, de Portalegre.
Noo segmento dos iogurtes, os hipermercados Auchan e Pingo Doce vendiam produtos fabricados pela Gelgurte, empresa de laticínios da Guarda, enquanto o Continente tinha como fornecedora a Schreiber Foods Portugal, ligada à produção da Danone.
Fiambres e queijos: diferentes rótulos, origens comuns
Explica o site que alguns fiambres Auchan eram produzidos pela empresa que detém a marca Porminho. Já no Continente a fornecedora era a Nobre; e no Pingo Doce a Monte Dalva, localizada no Montijo.
Destaca ainda o Contas Poupança que o queijo flamengo do Continente vinha das mesmas instalações que produzem Gresso e Agros. O Auchan apostava na LouroFood, de Vila Nova de Famalicão, responsável também pela marca Villas. No Pingo Doce, a produção era assegurada pela mesma empresa que fabrica Queijo Limiano e Terra Nostra.
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