A conduta de um presidente voltou a gerar polémica depois de surgirem relatos sobre o seu comportamento durante uma visita oficial a Lisboa, em maio de 2023. O episódio reacende debates sobre dignidade presidencial e o uso de recursos públicos.
Segundo o portal de comunicação argentino Infobae, o caso ganhou atenção após a divulgação de um relatório da Unidade de Informação e Análise Financeira (UIAF), que inclui movimentos bancários do presidente da Colômbia Gustavo Petro durante a sua visita a Lisboa, levantando questões sobre gastos realizados fora de compromissos oficiais.
Entre as transações listadas, destacam-se compras em marcas de luxo, mas também um gasto de $209.969 (equivalente a 181 euros) num clube noturno para adultos, o Ménage Strip Club, conhecido pelos seus espetáculos de striptease.
“Os bailarinos, as atuações, são totalmente apreciados desde qualquer ponto da esplêndida sala do clube de striptease Ménage”, descreve o site oficial do estabelecimento, de acordo com a mesma fonte.
Críticas de figuras políticas
A jornalista e precandidata presidencial Vicky Dávila não poupou críticas, afirmando que Petro “acabou com a dignidade presidencial” e questionando a legitimidade da sua representação oficial durante a visita.
Segundo Dávila, a situação é grave porque a população esperava que o presidente estivesse em Lisboa a tratar de negócios e relações diplomáticas, mas, alegadamente, terá assistido a um espetáculo de entretenimento adulto.
“Petro quer acabar com tudo e temos que evitar, mas com o que já acabou foi com a dignidade presidencial”, afirmou a comunicadora num vídeo publicado nas suas redes sociais.
O presidente de Salvación Nacional, Enrique Gómez, também se pronunciou, criticando o uso de recursos públicos e perguntando se os cidadãos estariam a financiar “excessos noturnos” do chefe de Estado.
“Este é o reporte da UIAF e mostra um pagamento no MENAGE STRIP CLUB em maio de 2023 durante a sua visita a Lisboa. Estão os colombianos obrigados a pagar o seu comportamento?”, questionou Gómez.
Mais críticas da oposição
A senadora María Fernanda Cabal, do Centro Democrático, acrescentou outras observações sobre os gastos de Petro em lojas de luxo, incluindo marcas internacionais e estabelecimentos em Florença e Lisboa.
“Petro, o da moral distraída. Diz que é do povo, mas não deixa de comprar em Gucci, Ralph Lauren, Prada, Casa Dei Tessuti e ainda visita o Menage Strip Club em Portugal”, afirmou Cabal nas redes sociais.
O vereador de Cali, Juan Martín Bravo, também se manifestou, alertando que as ações do presidente no estrangeiro podem afetar a imagem do país e a confiança na liderança.
“Para quem se pergunta por que Petro chega atrasado a tantos eventos, a explicação está neste episódio em Portugal: estava num clube. Ele é presidente e tudo o que faz, dentro e fora do cargo, impacta o país inteiro”, afirmou Bravo.
Os críticos destacam a importância da transparência nos gastos de um presidente durante viagens oficiais e como estas ações podem influenciar a perceção pública.
Até ao momento, não há declarações oficiais de Gustavo Petro em resposta direta a estas acusações ou sobre as transações reveladas no relatório da UIAF.
O episódio reacende o debate sobre a conduta de mandatários em visitas internacionais e sobre os limites do uso de fundos públicos em deslocações oficiais.
Especialistas em ética política citados pelo Infobae sublinham que, para manter a confiança da população, os líderes devem separar claramente atividades pessoais de compromissos de Estado, principalmente em viagens diplomáticas.
O caso continuará a gerar debate na Colômbia e no estrangeiro, sendo acompanhado de perto por jornalistas, analistas políticos e opositores do presidente, interessados no impacto destas revelações na imagem do país.
















