Uma tempestade solar severa atingiu a Terra durante a noite e deverá continuar a fazer-se sentir ao longo desta quarta-feira, 13 de novembro, com possíveis interferências em satélites e sistemas de navegação. Apesar da classificação elevada (G4, numa escala que vai até G5), não há registo de perturbações relevantes em Portugal, e o fenómeno é considerado sem risco para a população.
A tempestade resulta de uma sequência de ejeções de massa coronal emitidas por uma região solar particularmente ativa, que nos últimos dias libertou várias nuvens de plasma em direção à Terra. A Agência Espacial Europeia (ESA) confirmou o impacto e alertou para possíveis interferências em comunicações por rádio, navegação por satélite (GPS) e operações de satélite em órbita, sobretudo em latitudes elevadas.
Fenómeno monitorizado em tempo real
O evento está a ser acompanhado por centros internacionais de meteorologia espacial, incluindo a ESA e a NOAA, nos Estados Unidos. Em Portugal, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) segue as atualizações internacionais, mas até à madrugada desta quarta-feira não registou qualquer anomalia nas infraestruturas nacionais.
Devido à sua posição geográfica em latitudes médias, Portugal encontra-se fora da zona de maior exposição. Mesmo assim, podem verificar-se interferências ligeiras e passageiras no sinal GPS ou em comunicações de rádio de onda curta, especialmente nas regiões mais a norte.
Uma das maiores erupções solares dos últimos anos
A tempestade foi desencadeada por uma erupção solar de classe X5.3, registada no dia 11 de novembro, uma das categorias mais elevadas na escala de fulgurações solares. Segundo a ESA, as partículas libertadas viajaram a cerca de 1.700 quilómetros por segundo, atingindo a magnetosfera terrestre dois dias depois.
Quando várias ejeções de massa coronal se sobrepõem, como aconteceu neste caso, o impacto geomagnético tende a ser mais forte e prolongado, podendo durar várias horas.
Efeitos residuais em Portugal
Até ao momento, não há qualquer registo de falhas elétricas ou de comunicações no território português. As redes de energia e telecomunicações dispõem de sistemas de proteção contra variações magnéticas intensas, o que reduz substancialmente o risco de impacto direto.
Os efeitos esperados em Portugal limitam-se a alterações atmosféricas e magnéticas de baixa intensidade, sem consequências práticas para o dia a dia da população.
O Sol aproxima-se do pico da sua atividade
Este fenómeno surge numa fase de atividade solar elevada, com o Sol a aproximar-se do máximo do ciclo solar número 25, previsto para 2025. Estes ciclos, de cerca de 11 anos, alternam entre períodos de menor e maior atividade, sendo comuns as tempestades solares intensas nesta fase.
Especialistas recordam que estas tempestades fazem parte do comportamento natural do Sol e que, em países de latitudes médias como Portugal, os efeitos são normalmente mínimos devido à proteção do campo magnético terrestre, que desvia a maioria das partículas carregadas.
Um espetáculo natural sem perigo
Embora o fenómeno possa gerar auroras visíveis em zonas mais a norte da Europa, não há expectativa de que sejam observadas em Portugal. A tempestade geomagnética desta semana é mais um lembrete do poder do Sol e da influência que exerce sobre o planeta, mas os especialistas da ESA garantem: não há motivo para preocupação, apenas para observação e admiração pela força da natureza.
















