A escritora Lídia Jorge foi a vencedora do Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), com o livro “Em Todos os Sentidos”.
O Grande Prémio de Literatura Crónica e Dispersos Literários APE/Câmara Municipal de Loulé foi atribuído por unanimidade do júri, constituído por Carina Infante do Carmo, José Carlos Seabra Pereira e José Viale Moutinho, indicou a APE em comunicado.
Na ata de atribuição do prémio, o júri justifica a escolha de “Em Todos os Sentidos”, de Lídia Jorge, editado pela D. Quixote, com o facto de “se tratar de um livro de mestria cronística”.
“Do conjunto de textos resulta uma obra bem afeiçoada e nela se evidenciam: a brevidade impressionista suscitada pela ocasião, pela atualidade que ganha fôlego reflexivo; uma arte bem temperada na composição e intencionalidade da crónica; e o poder de sugestão, inferência e alusão da escrita com laivos ficcionais e poéticos”, acrescenta.
O Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, instituído pela APE, com o patrocínio da Câmara Municipal de Loulé, destina-se a galardoar anualmente uma obra em português, de autor português, publicada em livro e em primeira edição em Portugal, no ano de 2020.
O valor monetário deste galardão é de 12 mil euros.
A cerimónia de entrega do prémio terá lugar no próximo dia 15 de maio, às 10:30, no Auditório da Assembleia Municipal, em Loulé.
No ano passado, o vencedor do Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários foi Mário de Carvalho, com o livro “O que eu ouvi na barrica das maçãs”(Porto Editora).
Em edições anteriores, este prémio já distinguiu os autores José Tolentino Mendonça, Rui Cardoso Martins, Mário Cláudio e Pedro Mexia.
Sobre Lídia Jorge:
Lídia Jorge estreou-se com a publicação de O Dia dos Prodígios em 1980, um dos livros mais emblemáticos da literatura portuguesa pós-Revolução. Desde então tem publicado vários títulos nas áreas do romance, conto, ensaio e teatro. Em 1988, A Costa dos Murmúrios abriu-lhe as portas para o reconhecimento internacional, tendo sido posteriormente adaptado ao cinema por Margarida Cardoso.
Entre muitos outros, são de realçar títulos como O Vale da Paixão,O Vento Assobiando nas Gruas (Grande Prémio de Romance de Novela APE), Combateremos a Sombra ou Os Memoráveis, obra que tem sido considerada como uma poderosa metáfora da deriva portuguesa das últimas décadas.
Aos seus livros têm sido atribuídos os principais prémios nacionais, alguns deles pelo conjunto da obra, como o Prémio da Latinidade, o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores – Millenium BCP, ou mais recentemente o Prémio Vergílio Ferreira de 2015.
No estrangeiro, entre outros, Lídia Jorge venceu em 2006 a primeira edição do prestigiado prémio ALBATROS da Fundação Günter Grass e, em 2015, o Grande Prémio-Luso Espanhol de Cultura. (Fonte: D. Quixote)