André Gomes apresentou esta segunda-feira a sua candidatura a presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA). Membro da equipa de João Fernandes, presidente em final de mandato, este quadro com cerca de 15 anos dedicado ao turismo no Algarve promete “manter o rumo seguido pela atual direção, defender a valorização do setor na região – do mar à serra –, e reforçar a frente negocial junto do Governo para que terminem as cativações e haja reforço da dotação financeira para a RTA em linha com a inflação”.
“Razões de coração para esta decisão tenho-as de sobra. O Algarve é o meu território afetivo, a minha casa, a minha terra, onde cresci, estudei, casei, tive filhos e a quem já dediquei 20 anos de trabalho, 15 deles na área do turismo”, afirmou André Gomes no seu discurso, proferido ao lado do seu mandatário, o empresário Renato Pereira.
O presidente do Júpiter Hotel Group deixou elogios ao candidato, que conhece “desde pequeno” e que considera a pessoa indicada para assumir a presidência nos próximos cinco anos.
Na equipa com que se propõe liderar os destinos da RTA a partir das eleições marcadas para o próximo mês de junho, André Gomes conta com quadros com provas dadas nesta entidade e também com uma novidade relevante para o setor na região.
Para a Mesa da Assembleia Geral, Hélder Martins (presidente da AHETA) recandidata-se a novo mandato de presidente e Isolete Correia (em representação da Associação Portuguesa de Portos de Recreio) propõe-se prosseguir o trabalho feito enquanto Secretária da Mesa da Assembleia Geral ao longo do mandato iniciado em 2018.
Para a Comissão Executiva, apresentam-se Fátima Catarina, atual vice-presidente da RTA e candidata a novo mandato, e ainda um outro quadro de peso na região, Alberto Mota Borges, Diretor do Aeroporto Internacional de Faro, Aeroporto Gago Coutinho.
Por diversas vezes premiado enquanto melhor destino de praia da Europa, o Algarve encerra uma multitude de valores culturais, patrimoniais, naturais e de sustentabilidade, valências que André Gomes promete enriquecer ainda mais.
O candidato apresentou os seus compromissos para assegurar um Algarve que seja, ao longo de todo o ano, “não apenas o principal destino turístico português, mas o melhor, o mais diversificado, o mais sustentável, o mais inovador, o mais capacitado, sem nunca perder o encanto do Algarve que preenche as memórias de infância, da juventude e da idade adulta de centenas de milhares de portugueses e de todos aqueles de tantas nacionalidades que escolhem a nossa região”.
“A RTA está subfinanciada e esta é a realidade que enfrentamos todos os dias”
Conhecedor do ecossistema do Turismo do Algarve, e da RTA em particular, André Gomes salienta o desequilíbrio entre a situação do Algarve enquanto região que mais contribui para a economia do turismo a nível nacional, e o quadro financeiro da RTA, a entidade que menos recebe para a sua atividade.
A agravar a dotação orçamental claramente inferior ao devido, somam-se as cativações impostas pelo Governo sob o orçamento das entidades, e que no caso da RTA significam 600 mil euros, 15% dos exíguos 4,1 milhões de euros destinados à região.
André Gomes entende que esta dotação de 4,1 milhões de euros está ela própria refém do conservadorismo financeiro do Governo central. O valor que a RTA deveria receber ascende aos 5,5 milhões de euros, montante considerado a partir da aplicação do Índice de Preços ao Consumidor, defende.
“Esta é uma luta antiga da RTA, que anteriores presidentes travaram, sem o sucesso desejado, mas a que me proponho juntar com energia redobrada”, promete. “Há muito que a RTA provou, à semelhança de outras regiões do turismo, que tem condições para uma maior autonomia administrativa e financeira”, nota.
André Gomes propõe-se assegurar a diversificação e valorização da oferta e do produto turístico da região
Numa linha de continuidade com o atual presidente, André Gomes propõe-se assegurar a diversificação e valorização da oferta e do produto turístico da região, para o qual conta com o apoio da CCDR Algarve e do Programa Regional Algarve 2030.
À beleza das praias algarvias, à riqueza do barrocal e da serra e aos altos padrões de qualidade dos nossos campos de golfe, juntam-se equipamentos e serviços específicos em quantidade e qualidade para a realização de eventos e reuniões, uma biodiversidade vasta, com uma Reserva Natural, dois parques naturais, rede Natura 2000, paisagens protegidas e monumentos naturais, património etnográfico e industrial rico e diversificado, acentua o candidato.
“A RTA está subfinanciada e esta é a realidade que enfrentamos todos os dias, em cada ação que queremos operacionalizar, em cada atividade que queremos iniciar, em cada projeto que queremos lançar”, assegura o candidato a presidente da Entidade de Turismo da região mais a sul em Portugal continental.
“A região deve continuar a desenvolver motivações de visita nos segmentos náutico, natureza, cultura e desporto, gastronomia e enoturismo, MI, animação e saúde e bem-estar, com experiências que permitam aos visitantes vivenciar a cultura, a história e o modo de vida local de forma autêntica e imersiva”, defende.
Para a diversificação de produtos, André Gomes entende exigir-se a “promoção e utilização de tecnologias avançadas e inovadoras, que melhorem a experiência dos turistas, estimulem a competitividade das empresas e aumentem a adoção de novas tecnologias no setor”. O segundo compromisso firme do candidato a novo presidente da RTA assenta numa indústria turística comprometida com a sustentabilidade, valor inquestionavelmente ligado ao Algarve, desde logo nos recursos naturais da serra, do barrocal e do litoral.
“Propomo-nos a aumentar a promoção do destino, alicerçado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas”, anuncia. Entre as suas prioridades está a articulação com a Associação Turismo do Algarve (ATA).
Com um roteiro em que se inclui a participação em feitas e eventos internacionais, organização de eventos e campanhas de marketing (em colaboração com empresas e entidades públicas e privadas do setor), a RTA terá, necessariamente, de ver reforçada a sua dotação orçamental, insiste.
Para cumprir este desígnio, ligado à própria sustentabilidade financeira da Região de Turismo do Algarve, André Gomes propõe-se “assegurar uma maior diversificação das fontes de financiamento, fortalecer parcerias público-privadas, as infraestruturas e a melhoria da qualidade dos serviços. Incentivos ao empreendorismo, apoio a projetos inovadores e a infraestruturas turísticas são objetivos para o seu mandato”. Neste, o candidato quererá reforçar “o diálogo e cooperação entre as associações do setor turístico do Algarve, bem como apostar no apoio à formação e qualificação dos trabalhadores da região”.
“Estes são os compromissos que proponho assumir, uns mais simples, outros mais difíceis, mas todos realistas e exequíveis com o apoio e envolvimento de todos”, concluiu o candidato a presidente da RTA nas eleições do próximo dia 13 de junho.