Com o aumento generalizado dos combustíveis, já não compensa abastecer em Espanha. Em média os preços estão equiparados a Portugal e, em alguns postos perto da fronteira, o gasóleo e a gasolina chegam a ser mais caros do lado de lá.
Em Espanha, o aumento dos preços dos combustíveis aconteceu esta semana, o que aproximar os preços aos praticados em Portugal. Num dos postos de fronteira, a 30 quilómetros de Bragança, o gasóleo ficou até mais caro 7 cêntimos do que na cidade portuguesa e a gasolina ao mesmo preço.
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Governo espanhol anuncia descida de impostos, mas autonomias querem mais
Foram vários os apelos ao consenso e à união deixados pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, na Conferência de Presidentes – a reunião que junta o chefe de Governos e os presidentes das várias regiões autónomas -, que decorre este fim-de-semana em La Palma. Apelo ao consenso sobre a condenação de Putin, apelo ao consenso sobre acolhimento de refugiados, apelo ao consenso sobre as medidas económicas para enfrentar a crise provocada por uma “guerra longa” e consenso para aplicar fundos europeus.
Entre as medidas está uma descida de impostos que Pedro Sánchez anunciou, mas não concretizou, de acordo com os jornais espanhóis, como o El País e o El Mundo, que citam fontes do Governo. A descida de impostos – pedida sobretudo pelos presidentes eleitos pelo PP – deve ser acertada em conferências setoriais, lideradas pela ministra de Assuntos Económicos e primeira vice-presidente do Governo, Nadia Calvino.
Alberto Feijóo, o presidente da Galiza e futuro líder do PP, logo à entrada da Conferência, avançou que iria reclamar uma “descida generalizada de impostos até ao fim ano”, especialmente sobre eletricidade e combustíveis. “Não nos deveríamos levantar desta conferência sem, pelo menos, uma decisão de baixar o IVA dos combustíveis, da eletricidade e de todo o que é energia”, disse, pelo seu lado, o presidente andaluz, Juanma Moreno, também do PP, citado pelo El Mundo.
Sánchez, contudo, lembrou que precisa de “luz verde” de Bruxelas para mexer no IVA. Essa foi aliás uma reivindicação levada pelo primeiro-ministro português, António Costa, à reunião de Versalhes, o Conselho Europeu, que decorreu quinta e sexta. Um pedido que vários líderes regionais também defendem que Sánchez deve fazer.
Neste encontro, que esteve para decorrer em Fevereiro, mas foi adiado devido ao início da guerra, Pedro Sánchez também pediu consenso para o acolhimento de refugiados. Entre os centros geridos pelo Governo central e os que foram criados pelas autonomias, Espanha está preparada para receber de forma imediata 18 200 refugiados. Mas também neste especto as autonomias tinham reclamações a fazer, nomeadamente que seja o Executivo de Sánchez a garantir os recursos para esse acolhimento.
Na Conferência de Presidentes, o primeiro-ministro espanhol também fez um grande apelo aos governos regionais para que “ponham de lado as lutas partidárias” e agilizem a utilização dos fundos europeus porque “são um elemento fundamental para consolidar a recuperação económica”.
Há várias semanas, que o PP denuncia o que considera ser uma distribuição injusta dos fundos do Programa de Recuperação e Resiliência e, há um mês, os populares voltaram a apresentar no Congresso uma proposta de criação de organismo independente que coordene a distribuição dos fundos.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL