O Museu da Imprensa de Faro vai ser instalado no antigo espaço da Tipografia União, ao abrigo de um protocolo entre a Diocese do Algarve e o município, anunciou esta terça-feira a autarquia.
A cessão do direito de superfície do prédio urbano vai ser feita por um período de 25 anos e, como contrapartida, a autarquia fica responsável por “reabilitar o imóvel, com vista à instalação do Museu da Imprensa e à preservação de todo o acervo patrimonial a integrar na coleção”, precisou a Câmara de Faro num comunicado.
O município algarvio assinalou que Faro foi a cidade-berço da imprensa em Portugal, com a impressão do livro Pentateuco, em hebraico, em 1487, e salientou que a instalação daquele museu na cidade assegurará a divulgação desse facto histórico e a “salvaguarda, valorização e comunicação do património gráfico resultante da atividade da oficina Tipografia União”.
A autarquia adiantou que o estudo para a musealização do espaço está a cargo da Universidade do Algarve (UAlg) e conta com “três fases” até à finalização.
“Na primeira, já concluída, foi feita a recolha e inventariação do espólio documental e industrial, com a identificação de medidas de conservação e de preservação necessárias e orçamentação, trabalhos que decorreram com o apoio do Museu Municipal de Faro e a sua equipa técnica, num esforço multidisciplinar entre Museu, Biblioteca e Urbanismo e UAlg”, observou.
A mesma fonte salientou que o trabalho já realizado permitiu estabelecer “um programa expositivo preliminar, com definição de conteúdos e sugestão de peças”, e avançar com “uma proposta de espaços e funcionalidades, orçamentos e recursos”.
“Já do lado da autarquia, houve avanços com o diagnóstico do estado do edifício e proposta de intervenção, inventário do espólio e organização da documentação da Folha de Domingo [publicação da Diocese do Algarve]”, referiu.
A Câmara de Faro destacou que já houve “um avanço na segunda fase” com a realização de um “estudo de criação do Núcleo Museológico do Mundo da Imprensa a Sul, nomeadamente a conceptualização do local, investigação sobre o espólio e definição de uma narrativa expositiva”.
“Nesse sentido, serão feitas entrevistas e questionários para identificar o público alvo deste espaço, bem como a definição de uma proposta de experiência a proporcionar na visita”, acrescentou.
A Câmara algarvia esclareceu ainda que “a terceira fase centrar-se-á na apresentação dos resultados”, que serão discutidos com os agentes locais, juntamente com o modelo de gestão do espaço.
O município realçou que vai também “envolver-se na realização dos trabalhos associados a esta iniciativa” e “na produção de edições, infraestruturas digitais, materiais audiovisuais, programas multimédia e exposições temáticas”.
Está também previsto que o município trabalhe na “promoção de iniciativas (ações de formação, cursos, encontros e reuniões de caráter cientifico), que permitam a divulgação do projeto”, e destine recursos humanos e materiais para “facilitar todas as tarefas de execução do estudo”.
Quando o museu estiver criado, Faro passará a “dispor de mais um espaço cultural de grande relevância, propiciador do aumento da atratividade do território”, considerou a Câmara algarvia.
Leia também: Inédito. Peças do artista Vhils submersas no Algarve, é a primeira exposição subaquática em Portugal