
A Galeria Trem, em Faro, inaugura no dia 2 de Fevereiro, às 18.30 horas, a exposição “Transmutações Generativas”, de Pedro Alves da Veiga, artista e colaborador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da Universidade do Algarve.
A exposição, que estará patente até ao dia 16 de Março, incluirá duas instalações do autor: “Alchimia” e “Ommandala” que convidam à interacção e à descoberta a partir do som ou da imagem.
“Alchimia” é uma instalação projectada com base no fascínio humano pelo autorreflexo, remontando ao mito de Narciso, ou às várias interpretações artísticas – retratos de todas as eras – mais recentemente materializadas na selfie omnipresente. A “Alchimia” estimula o público com visualizações dos seus próprios rostos, processados e alterados, fora do seu controle estético mas, ainda assim, retratando-os reconhecidamente. Numa época em que o racismo, a igualdade de género, as migrações, a transexualidade e a cultura são objecto de tantas controvérsias, em que até o próprio software utilizado para a detecção e reconhecimento facial é questionado, “Alchimia” transforma cada rosto detectado, atribuindo-lhes traços diferentes: homem, mulher, andrógino, máscara tribal, novo, velho, indescritível, cómico, aterrorizador.
“Ommandala” nasceu como uma representação do nosso cosmos doméstico. Esta instalação recorre ao som como única fonte de interacção, regenerando-se em função dos sons, e oferecendo uma nova colecção de estímulos. A mandala é um símbolo espiritual e ritual nas religiões Hindus. Representa o universo e é construída de acordo com um conjunto de regras bem definido, tal como a arte generativa. Originalmente as mandalas eram usadas para focalizar a atenção dos praticantes e adeptos, como ferramentas auxiliares de orientação, e para estabelecer um espaço sagrado, ajudando na indução de transes. O Om ou Aum é o som sagrado e um ícone espiritual, bem como o mantra mais importante do hinduísmo. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o som do universo e a semente que fecunda os outros mantras. Desta forma representa aqui também o som gerador, já que é através do som que “Ommandal” reage à presença humana.
Sobre o artista
Pedro Alves da Veiga é um investigador e artista transdisciplinar, licenciado em Engenharia Informática pela FCT-UNL. Actualmente é doutorando em Média-Arte Digital e investigador do Centro de Investigação em Artes e Comunicação, desenvolvendo ainda actividade artística em assemblage, programação criativa generativa e audiovisuais digitais. As suas obras de média-arte digital já foram exibidas em festivais (Paratissima 2016, Lisboa; Heritales 2016, Évora e Bienal de Arte de Cerveira, 2015) conferências (Artech 2017, Macau; Expressive CAe 2016 e Ciência 2016, Lisboa) e noutros espaços de exposição (Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos, Amadora; Fábrica Braço de Prata, Lisboa).