No mundo atual, a ciência desempenha um papel cada vez mais decisivo no desenvolvimento económico, impulsionada por uma geração que muitos especialistas classificam como “a mais preparada de sempre”. Diversos estudos apontam para o crescimento do investimento em investigação científica, empreendedorismo tecnológico e projetos de inovação, áreas que beneficiam do acesso facilitado à informação e da formação avançada dos jovens profissionais. Em Portugal, esta tendência começa também a tornar-se evidente.
Segundo o mais recente episódio do Podcast P24, disponível no jornal Público (27/12/2024), e de acordo com dados divulgados por instituições universitárias e centros de investigação, o número de projetos científicos com aplicação prática na economia portuguesa tem aumentado. Em destaque surgem as áreas de saúde, biotecnologia e energia, onde soluções criativas associadas a novos conhecimentos estão a ser desenvolvidas com vista à competitividade no mercado global.
Além disso, a geração mais jovem, familiarizada com tecnologias digitais desde cedo, tem contribuído para a rápida adoção de plataformas de comércio eletrónico, serviços em rede e inovação de produtos. Esse impulso reflete-se, por exemplo, em várias empresas portuguesas de base científica e tecnológica que, nos últimos anos, viram aumentar não só o volume de negócios, mas também a capacidade de exportar produtos e serviços para mercados internacionais.
De acordo com dados do relatório anual da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, citado no Podcast P24, muitos destes projetos resultam de sinergias entre universidades, laboratórios de investigação e empresas de diferentes sectores, assinalando uma tendência de cooperação que não era tão comum em décadas anteriores. Esta colaboração fortalece o ecossistema de inovação em Portugal, contribuindo para um crescimento sustentado e para a criação de emprego qualificado.
Contudo, alguns especialistas referem que persistem desafios, nomeadamente no que se refere ao financiamento sustentado da investigação e ao reforço dos programas de captação e retenção de talentos. Embora haja sinais positivos, é unânime que Portugal ainda enfrenta entraves ao nível da burocracia e do apoio a projetos de investigação com maior risco ou de impacto a longo prazo.
Mesmo assim, a geração mais preparada de sempre continua a marcar presença e a influenciar as dinâmicas de mercado. Com o surgimento de incubadoras, aceleradoras e redes de mentoria, as iniciativas empreendedoras contam, cada vez mais, com apoio especializado e acesso a financiamento europeu, permitindo a muitos jovens colocar em prática as suas ideias.
Para muitos analistas, o futuro da economia portuguesa passa pela aposta na ciência e na inovação. Conforme se ouve no Podcast P24, ao qual diversos investigadores e empresários deram o seu testemunho, a chave para um crescimento económico robusto encontra-se na capacidade de transformar o conhecimento científico em soluções concretas. Neste contexto, Portugal procura adaptar-se com medidas que facilitem a ligação entre universidades, centros de investigação e o tecido empresarial, tendo em vista a consolidação desta nova realidade.
Em síntese, a ciência e a geração mais preparada de sempre estão, de facto, a moldar o futuro económico mundial. No panorama português, embora ainda exista terreno a percorrer, há sinais claros de que este movimento está em curso, sustentado por uma geração empreendedora, orientada para a inovação e com forte formação académica. É este dinamismo que, de acordo com as fontes e especialistas consultados, poderá impulsionar a competitividade nacional e reforçar a posição de Portugal no cenário global.
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