Aline Frazão abre, no próximo sábado, pelas 22:00, o Ciclo de Programação de Outono da Casa do Povo de Santo Estêvão de Tavira, aproveitando a vinda da artista a Portugal, que está atualmente a residir na Alemanha
Aline Frazão, nascida a 1988, é um dos nomes sonantes da nova geração de músicos angolanos. Cantora, compositora, guitarrista e produtora, nasceu e cresceu em Luanda. Além dos quatro álbuns de originais editado, a cantora fez parte do painel de cronistas do jornal Rede Angola durante dois anos.
Em 2011 lançou o seu álbum de estreia “Clave Bantu”
Em 2011 lançou o seu álbum de estreia, “Clave Bantu”. O disco é composto por um repertório autoral gravado em Santiago de Compostela, Galiza, com os músicos José Manuel Díaz e Carlos Freire. Conta ainda com duas parcerias inéditas com os escritores angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki.
“Movimento“, editado em 2013, é o seu segundo álbum, no que assina a produção musical. Desta vez, para além das canções autorais, como aclamado o tema “Tanto”, dá música a poemas de Alda Lara e Carlos Ferreira. Foi com “Movimento” que começou percorrer palcos de vários lugares do mundo, na Europa, no Brasil, em Angola e em outros países africanos, seja a solo ou com a sua banda.
Em 2015, Aline Frazão editou “Insular”, o seu terceiro disco de originais. Gravado na pequena ilha escocesa de Jura, “Insular” conta com a produção do britânico Giles Perring e com a decisiva participação do guitarrista português Pedro Geraldes (Linda Martini). Em “Insular” apresentam-se as novas parcerias, com a poetisa angolana Ana Paula Tavares, com a rapper portuguesa Capicua, bem como uma versão de “Susana”, de Rosita Palma, com a participação especial de Toty Sa’Med.
Editado em setembro de 2018, “Dentro da Chuva” foi gravado na cidade do Rio de Janeiro e volta a ter produção musical da cantora. O álbum, num formato minimalista, maioritariamente voz e violão, tem a participação do violoncelista brasileiro Jaques Morelenbaum e do guitarrista e compositor português João Pires. Conta também com um dueto com a cantora e compositora baiana Luedji Luna em “Kapiapia”, um marcante texto de Ruy Duarte de Carvalho. Para além das canções autorais, Aline canta ainda “Ces Petits Riens”, de Serge Gainsbourg, e “Peit Ta Segura”, do compositor caboverdiano Danilo Lopes da Silva.
Em 2020 Aline Frazão estreou-se no cinema
Em 2020, Aline Frazão estreou-se no cinema com a banda sonora original de “Ar-Condicionado”, uma longa-metragem de ficção produzida pela Geração 80 e realizada por Fradique, que teve a sua estreia no International Film Festival of Rotterdam.
No campo literário, é convidada pela Revista Granta para publicar o conto “Lucinda” na sua edição de Novembro e também pela APAV no livro que assinala os 30 anos da Associação. Ainda em 2020, lança no dia 11 de novembro (Dia de Independência de Angola) a canção e vídeo “Luz Foi”.
Em junho de 2021, foi convidada a integrar o elenco do novo espectáculo do director / autor / encenador italiano Pippo Delbono, “Amore”. A peça estreou no Teatro Storchi (Modena / Itália) a 28 de Outubro de 2021, tendo já agendada uma digressão mundial para 2022/23.
Ainda em 2021, assinalou os 10 anos de carreira com um espectáculo em streaming, no que recriou “Clave Bantu” com os músicos da gravação original do álbum a partir do estúdio de Santiago de Compostela e um espectáculo na Festa do Avante!.
O seu quinto álbum de originais – “Uma Música Angolana” – foi apresentado este ano, trata-se do resultado de reencontros muito desejados: com a sua banda; com uma paleta afetiva de ritmos que vão desde a massemba angolana ao batuku cabo-verdiano, passando pelo maracatu e o afoxé do Brasil; com a escrita de canções e com a busca incessante por uma voz que se expresse através das palavras, do canto e também da direção musical como um todo. “Uma Música Angolana” é um universo sonoro possível de misturas e improvisações jazzísticas, dançadas numa batida que vem de dentro do corpo, de dentro do sentimento. Porque religar é preciso.