O verão está a trazer mudanças discretas à sinalização nas estradas espanholas e um novo painel está a gerar dúvidas entre quem conduz. A atualização procura aumentar a segurança sem transformar de imediato troços inteiros em autoestradas, mas há pormenores de leitura e de uso que convém fixar para evitar surpresas desagradáveis, de acordo com o jornal espanhol Euro Weekly News.
O que é a faixa 2+1
A chave desta novidade é a chamada placa S-1c, um modelo que funciona como um meio termo entre uma via de sentido único por faixa e uma via desdobrada. Mantêm-se três vias no total, uma para cada sentido e uma central que muda de afetação para permitir ultrapassagens reguladas e previsíveis. O objetivo é criar janelas seguras de ultrapassagem em percursos com tráfego intenso ou inclinações prolongadas, reduzindo as manobras arriscadas sem os custos de uma autoestrada completa.
Sinal S-1c e as marcas no piso
O novo sinal S-1c assinala o início destes troços e podem também aparecer nas rampas de acesso a uma faixa 2+1. É um retângulo branco com a inscrição “Carretera 2+1” e um esquema simples que mostra a via central como reversível. A partir daí, as marcas rodoviárias passam a comandar o que pode ou não ser feito.
Linhas descontínuas e setas direcionais indicam quando a via central está atribuída ao seu sentido. Linhas contínuas e marcas de fecho avisam que a via central pertence ao trânsito em sentido contrário.
Como utilizar a via central sem perder pontos
A via do meio não é uma via rápida extra. É espaço ‘emprestado’, disponível apenas quando a sinalização o permite e apenas para executar a ultrapassagem. Entre na via central unicamente quando estiver aberta ao seu sentido e quando as linhas e setas assim o indiquem. Ultrapasse com decisão e regresse de imediato à via da direita.
Circular a ‘cruzar’ ou permanecer na via central representa uma infração. Respeite linhas contínuas e marcas de inversão que assinalam a passagem de prioridade para o sentido oposto. Se a janela de ultrapassagem estiver a terminar, abandone a manobra e aguarde nova oportunidade.

As coimas e a perda de pontos
Condução indevida pode ser classificada como infração grave. Invadir a via central quando esta não está atribuída ao seu sentido, ou concluir uma ultrapassagem em contramão face à sinalização, pode custar 200 euros e até quatro pontos na carta. Se a manobra obrigar quem vem de frente a travar ou a desviar-se, está a pedir a sanção máxima e a aumentar o risco de colisão frontal, o tipo de acidente mais mortal, segundo a mesma fonte.
Erros que a polícia continua a detetar
Há três falhas recorrentes: a primeira é tratar a via do meio como uma terceira via permanente quando o trânsito abranda. A segunda é iniciar a ultrapassagem no fim da janela de afetação e ‘pisar’ linhas contínuas para a terminar. A terceira é hesitar a meio, prolongando a presença na via central. Nestes cenários, a recomendação é simples. Recuar, voltar à via da direita e esperar pela próxima janela de afetação ao seu sentido.
Onde vai aparecer e por que cresce a aposta
As faixas 2+1 estão a ser instaladas sobretudo em estradas interurbanas onde um desdobramento integral não é viável, mas onde os volumes de trânsito ou as subidas prolongadas justificam capacidade adicional para ultrapassagens. O padrão mais comum é favorecer quem sobe num segmento e devolver a via central ao sentido descendente no segmento seguinte. Esta solução encaixa no esforço mais amplo de renovação do catálogo de sinais, que procura melhorar a clareza visual, a visibilidade e a consistência num cenário com bicicletas, trotinetes e veículos modernos.
Quando vir “Carretera 2+1”, leia o pavimento, trate a via central como reversível e use-a apenas para uma ultrapassagem limpa antes de regressar à direita. Feito corretamente, reduz filas atrás de veículos em marcha lenta e melhora a segurança coletiva. Feito incorretamente, arrisca uma coima de 200 euros e até quatro pontos a menos, tal como reporta o Euro Weekly News.
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