Há restaurantes que têm por hábito oferecer pão ou álcool aos clientes, mas qual será a razão para o fazerem? O médico norte-americano proeminente em neurociência, Amen, explica que a oferta de alimentos ou bebidas antes das refeições, como pão e álcool, não é apenas uma conveniência, mas tem um impacto profundo no cérebro, influenciando o comportamento e o apetite das pessoas.
Segundo Amen, tanto o pão quanto o álcool contribuem para a libertação de serotonina no cérebro, induzindo sentimentos de felicidade e calma.
Embora possa parecer contra-intuitivo, uma vez que esses bens podem proporcionar uma sensação de saciedade, o aumento da serotonina é temporário, levando os indivíduos a procurar novamente essa sensação positiva, muitas vezes consumindo mais alimentos.
“Quando vamos a um restaurante, a primeira coisa que fazem é pôr pão na mesa e perguntar-nos se queremos álcool, porque ambos fazem cair os nossos lobos frontais”, explica Amen através do TikTok na conta Neuro Lab.
O lobo frontal, uma parte crucial do cérebro responsável por funções de ordem superior, como o planeamento, a resolução de problemas, o controlo dos impulsos e o julgamento, sofre uma queda devido aos efeitos do pão e do álcool.
Essa diminuição na função do lobo frontal torna os indivíduos mais suscetíveis a ações impulsivas, incluindo pedir mais bens e gastar mais dinheiro, explica o Daily Mail, citado pelo ZAP Notícias.
Amen aborda também o aspeto do açúcar no sangue deste fenómeno, afirmando que o pão provoca um pico de açúcar no sangue, levando a um aumento na produção de serotonina e, consequentemente, à sensação de felicidade.
O álcool tem um impacto semelhante nos níveis de serotonina. No entanto, quando o aumento da serotonina diminui, o lobo frontal cai, tornando difícil para os indivíduos controlar as suas emoções e impulsos.
Além dos efeitos neurológicos, as ofertas dos restaurantes antes das refeições também reduzem as inibições, contribuindo para o aumento das despesas.
O médico sugere que a estratégia de oferecer pão e álcool não é uma conspiração com efeitos maléficos, mas sim uma abordagem neurocientífica para melhorar a experiência gastronómica, fazendo com que os clientes se sintam bem-vindos e potencialmente encorajando-os a gastar mais.
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