A DECO responde…
Em Portugal, o excesso de peso e a obesidade continuam a afetar 1 em cada 3 crianças, segundo os recentes resultados do sistema de vigilância nutricional infantil – COSI Portugal, apesar da tendência da diminuição destas prevalências no país, nos últimos anos.
O COSI Portugal observou ainda que 82,4% das crianças consumia até 3 vezes por semana batatas fritas de pacote, folhados e pipocas, 80,0% consumia biscoitos/bolachas, bolos e donuts e 71,3% consumia refrigerantes açucarados.
Estes alimentos ricos em gordura, açúcar e/ou sal têm sido, desde 2019, alvo de restrições à publicidade alimentar dirigida a crianças menores de 16 anos, pelo que estes dados reforçam a importância da monitorização dos resultados alcançados.
Muitas instituições, incluindo a Organização Mundial de Saúde, reconhecem a forte influência que a promoção de alimentos pouco saudáveis exerce sobre os comportamentos alimentares das crianças. Fenómeno agravado pelo tempo que as crianças e jovens gastam a ver televisão ou a utilizar computador, tablet ou telemóvel, o qual está associado a uma maior exposição às poderosas táticas de marketing alimentar utilizadas no mundo digital, segundo a COSI Portugal.
Nesse sentido, a DECO aponta como prioritárias as seguintes medidas:
Monitorização do marketing a alimentos ricos em gordura saturada, sal e açúcares para crianças em ambiente digital e rápida intervenção das entidades responsáveis.
Criação de planos de apoio à educação e literacia alimentar, de forma a capacitar os cidadãos a fazer escolhas mais informadas. Neste aspeto, a DECO tem vindo, ao longo dos anos, a desenvolver ações informativas para os consumidores demonstrando que é possível fazer escolhas mais saudáveis, do ponto de vista nutricional, mas também, mais económicas e sustentáveis, no âmbito dos programas DECOJovem e DECOForma.
Desenvolvimento de estratégias regionais e locais para promover a alimentação saudável, apelando ao envolvimento das autarquias.
Prestação de cuidados na área da nutrição nos Cuidados de Saúde Primários e as Unidades de Saúde Familiares, de forma a aumentar a capacidade de resposta e diferenciação na área da avaliação nutricional e do aconselhamento alimentar, como estratégias de gestão da saúde ao longo da vida e no contexto da família.