Caixas de fruta cortada, fresca e servida com um palito é a nova aposta em algumas praias algarvias. A empresa nasceu pelas mãos de Hugo Lopes, um tavirense que pretende criar uma alternativa saudável às tradicionais bolas de Berlim.
“Isto começou de uma forma engraçada, um dia, a ver um filme, apareceu uma imagem de umas pessoas na praia a comer palitos de cenoura e eu percebi logo: ‘é isto que nós temos falta nas nossas praias!’. Os primórdios deste projecto seriam legumes já preparados mas cedo percebi que funcionaria melhor com fruta”, contou ao POSTAL Hugo Lopes, fundador da FrutaMar.
A fruta que vem nas caixas é “da época”, garante o empresário. “Nesta altura será sempre melão, melancia, laranjas, uvas, cerejas e depois temos as caixas tropicais com manga, abacaxi e kiwi”, explica.
Cada caixa traz 200 gramas com três tipos de fruta diferentes e custa cerca de dois euros. A FrutaMar está presente, desde dia 15 de Julho, em 12 praias algarvias cujos nomes Hugo Lopes não quer, para já, revelar. “Prefiro que as pessoas se vão apercebendo onde é que nós estamos”, afirma.
Até porque a luta por mais licenças de venda continua. Neste caso, nas praias da Ilha de Tavira, Terra-Estreita e Cabanas de Tavira, onde este ano não foi aberto concurso para a venda de fruta fresca. “A capitania alega que são praias com concessionários, mas a mesma Capitania autoriza a ir para outras praias que também os têm, como é o caso de Vila Real de Santo António (VRSA), frisou o empresário ao POSTAL, acrescentando que “a desculpa que dão para esta situação é uma ‘não-desculpa’”.
“Como é que o mesmo comandante [da Capitania de Tavira] tem a jurisdição de 12 praias, cada uma dessas praias com dois ou três concessionários, e só nestas três é que não abriu concurso porque têm concessionários?”, indaga.
Ao POSTAL, Pedro da Palma, capitão do Porto de VRSA e de Tavira, garante que os critérios para a abertura de concurso de vendas ambulantes “são válidos”.
“Não abri concurso público para a venda ambulante nas três praias por três motivos. Primeiro, porque este serviço [de venda de fruta] já existia nas praias, segundo, porque são praias que morfologicamente são pequenas, e terceiro, porque a capacidade de pessoas é muito menor”.
O responsável pelas capitanias de VRSA e Tavira diz não ser “contra a venda de fruta na praia” mas considera “concorrência desleal” uma hipotética venda ambulante naqueles areais. “É importante manter um tecto máximo de vendedores ambulantes porque senão estamos a criar na praia um mercado”, alerta Pedro da Palma.
Um projecto pensado para a beira-mar mas que não quer “morrer na praia”
”Apesar de a FrutaMar ter sido pensada para as praias, Hugo Lopes não quer deixar o projecto “morrer na praia”.
“A nossa intenção agora é entrar nas escolas de forma a fazer com que as crianças comam mais fruta, porque muitas vezes não é a fruta que se dá mas a forma como é apresentada que faz a diferença entre os miúdos quererem ou não”, explica o empreendedor.
Prova disso é que, segundo o responsável, “os melhores clientes nas praias são as crianças”. “Nós pensámos sempre que iam ser as senhoras, para manter a linha, mas não, as crianças é que dizem ‘pai olha o senhor da fruta’, o que faz com que 80% da fruta que nós vendemos seja para os mais pequenos”, refere.
“Sucesso entre os miúdos”, que já se reflectiu numa parceria com a Nutri Ventures, a primeira marca de entretenimento infantil no mundo a promover a alimentação saudável.
Em cada país a Nutri Ventures faz parcerias com instituições cuja missão está alinhada com a promoção de uma alimentação saudável. É o caso dos Ministérios da Educação, da Saúde, instituições não-governamentais, distribuidores de produtos alimentares e produtores.
Em Portugal a FrutaMar é a única empresa de distribuição de fruta fresca que conta com o logótipo do movimento nas suas caixas. Primeira novidade deste ano que Hugo Lopes acredita que agradará ainda mais a criançada este Verão.
Mais novidades estão por vir e farão a empresa “ir muito longe”, garante o empresário, não podendo revelar, para já, do que se trata.
O segredo para este sucesso? Hugo garante que é acreditar, “mesmo que mais ninguém acredite que é possível”.
E acredite, este Verão pode estar sentado na sua toalha e vai aparecer alguém com uma geleira recheada de fruta, já pronta e que não fica esquecida no frigorífico lá de casa.
(Com Ivo Neves e Ricardo Claro)