O projeto “Balsa, Cidade Romana”, desenvolvido pelo Município de Tavira através do seu Museu Municipal, foi selecionado como finalista na categoria de “Melhor Projeto de Parceria” dos Prémios Património Ibérico 2025. A nomeação destaca, segundo a autarquia, “um paradigma inédito de cooperação patrimonial no Algarve”, materializado na exposição temporária “Balsa, Cidade Romana – Modelo Inovador de Parcerias Patrimoniais”, que resulta do projeto científico “Balsa, em Busca das Origens do Algarve”.
A Câmara Municipal sublinha que o reconhecimento internacional decorre de um processo que envolveu 16 entidades de setores distintos, criando uma rede de colaboração que “transcendeu as tradicionais fronteiras institucionais”.

O projeto foi desenvolvido em duas fases. A primeira, entre 2019 e 2023, centrou-se na investigação arqueológica, integrando a Universidade do Algarve, através do Centro de Estudos em Artes, Arqueologia e Ciências do Património, o Centro de Ciência Viva de Tavira, a Direção Regional de Cultura do Algarve, o Município de Tavira e três proprietários privados. Esta colaboração permitiu escavações que resultaram em “descobertas científicas inéditas sobre a antiga cidade romana de Balsa”.
A segunda fase, entre 2024 e 2025, alargou esta rede a novas instituições, como o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu Arqueológico do Carmo, os museus municipais de Faro e Olhão, o Museu Paroquial de Moncarapacho e vários colecionadores privados, incluindo os trinetos de Estácio da Veiga, pioneiro da arqueologia portuguesa.
A exposição “Balsa, Cidade Romana”, patente no Palácio da Galeria entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, reuniu cerca de 100 peças arqueológicas romanas de valor excecional, muitas delas nunca antes expostas na região. Recebeu aproximadamente 15 mil visitantes, conduzindo-os por um percurso de 10 salas que proporcionava “uma viagem de 2000 anos à capital do municipium romano junto à Ria Formosa”, revelando novos aspetos da vida quotidiana, economia, religião e práticas funerárias de Balsa.
O Município de Tavira destaca ainda que o projeto originou um catálogo científico com contributos de investigadores nacionais e internacionais, introduzindo “novas interpretações sobre Balsa no contexto das cidades romanas ibéricas”. Foi igualmente concebido com preocupações ambientais, recorrendo a estruturas museográficas reutilizáveis e tecnologia de baixo consumo energético.
Como finalista, o projeto será apresentado publicamente perante um júri internacional na AR&PA – Bienal Ibérica de Património Cultural 2025, que terá lugar no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, no dia 4 de dezembro.
A autarquia recorda que os Prémios Património Ibérico, agora na sua 3.ª edição, distinguem “Boas Práticas no setor do Património Cultural Ibérico”, premiando entidades e profissionais de Portugal e Espanha pela excelência dos projetos realizados nos últimos dois anos.
Leia também: Tempestade regressa: ciclone atlântico traz chuva forte e vento e estas são as regiões mais afetadas















